História

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Jennie Kim

Acordar não foi uma experiência agradável, desta vez. Eu nem sequer obtive esse fugaz momento de esquecimento feliz antes que a realidade caísse em cima de mim.

Acordei e meu primeiro pensamento foi: Lisa matou meu pai. Meu segundo e terceiro pensamentos foram, respectivamente: Lisa está apaixonada por mim e eu estou apaixonada por Lisa.

E depois, é claro, o inevitável, a pergunta sem resposta: o que diabos eu devo fazer agora?

Rolei, meu rosto esmagado contra o tecido áspero do sofá, que fedia a panela velha, fumaça de cigarro e poeira desgastada.

Tossi, rolei e me sentei, esfreguei o rosto com as duas mãos para a empurrar pra trás a nova onda de lágrimas que já estavam borbulhando pelas minhas pálpebras.

O aroma de café e pães de canela recém assados finalmente filtraram através de minha consciência.

Eu olhei para cima a tempo de ver Jisoo se aproximando, com duas canecas de café em uma mão, um prato de pegajosos, vidrados rolos de canela na outra.

- Eu sei o que a minha amiga precisa. - Disse, colocando tudo para baixo na madeira golpeada e riscada mesa. - Cafeína e canela.

Peguei o café e tomei um gole, peguei um rolo de canela e dei uma enorme mordida extremamente grosseira.

- Você é minha salva-vidas. - Falei com a boca cheia. E pela primeira vez, notei que os fios morenos deram espaço aos fios vermelhos. Um novo visual. - Você está linda com esse cabelo.

- Eu sei. - Combinamos mordida com mordida, e devoramos todo o lote de rolos de canela.

Saciada, me inclinei para trás e limpei os cantos da minha boca com o polegar. Eu fracassei em por minha cabeça para o lado, encontrando os olhos castanhos interrogativos de Jisoo.

- Ok. - Falei. - Pergunte.

- OH MEU DEUS, o que aconteceu? - Jisoo gritou. Ela era mestre em perfurar ouvidos, uma menina bizarra. Suspirei.

- É uma longa, longa história.

- Ok, bem, eu li Guerra e Paz, isso não pode ser mais longo que essa história. Jesus, estou cheia. - Jisoo girou no sofá e estendeu seus pés em minhas coxas, colocando a cabeça sobre o braço e a mão sobre a barriga. - Eu não deveria ter comido esses últimos dois rolos de canela. Por que você me deixou comer assim, Jen? - Ri e bati nela com a minha perna.

- Eu pus em causa a sua decisão de comer esse último, se não se lembra.

- É verdade. Mas estava tão bom. - Sooya soltou um arroto enorme e depois cobriu a boca com a mão, como se estivesse chocada. - Sério, Jennie. Eu quero saber tudo. - Soltei cabelo do meu rabo de cavalo e passei meus dedos através dos emaranhados.

- Tudo bem. Mas o que estou prestes a lhe contar permanece entre nós. Você não pode respirar uma palavra a ninguém, nem mesmo para Mark.

- O que é isso, algum tipo de crise de segurança nacional?

- Pode muito bem ser. -  Deixei minha expressão dizer a Jisoo o quão séria eu estava. - Ela leva sua privacidade muito a sério e mesmo que eu tenha saído, não vou comprometer isso. - Ela ergueu as mãos em um gesto de rendição.

- Ok, ok. Palavra de mãe. Caramba. - Tomei um grande fôlego, o segurei e soltei.

- Seu nome é Lalisa Manoban. - Os olhos de Jisoo arregalaram.

- Puta merda. Que nome. Ela é alguma italiana ou francesa? - Eu ri.

- Sem brincadeira. E ela é... honestamente? A mulher mais insanamente linda que já vi na minha vida. Quer dizer, nem mesmo Penélope Cruz pode superá-la. E ela meio que se parece com o nossa garota Penny. - Eu tive que piscar de volta a emoção. - Um metro e setenta, bem construída, como uma deusa, cabelos e olhos castanhos. Nossa, seus olhos. Ela tem esse jeito de... olhar para você. E sua voz... Jisoo, você não precisa nem entender. Eu estava com os olhos vendados nos três primeiros dias, então cada vez que estava ao seu redor, tudo o que tinha era o som de sua voz. Tipo, ela pode seduzi-la apenas com isso. Suas palavras. Foda-se, Jisoo. As coisas que ela disse para mim...

Taken - Jenlisa G!POnde as histórias ganham vida. Descobre agora