Capítulo 40.

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Votem e comentem, conto com vocês!!
Paola.👸🏾

Eu fui obrigada pela minha mãe e meu padrasto a ir pra casa, e o pior, sem notícias nenhuma do bofe. Não sabia se ele estava vivo, ou morto...

A Inara acordou depois, e disse que não ouviu nada, e só acordou pois sentiu sede, acreditam? Pois é, seria cômico se de fato não fosse trágico.

Ela se desesperou quando soube, chorou, ligou para os tios e tias e foi pra casa pois assim como eu, não tinha ideia de como ele estava.

Meu padrasto ficou lá na Rocinha, tentando descobrir o que tinha acontecido e como aqueles caras entraram lá sem ninguém ver, e saíram também sem ninguém ver.

Coisa que porra, até eu que não sou envolvida em nada sei que foi mandado pois seria impossível entrar e sair sem ser visto! Até por causa de quê, é a maior favela do Brasil.

Eu já tinha tomado banho e estava na cozinha tentando comer alguma coisa mas não conseguia de jeito nenhum. Estava sem apetite algum, só queria saber como o bofe estava, só isso!

Minha mãe entrou na cozinha, e me encarou. Já sabia que eu ia perguntar né? Pois de dez em dez minutos eu vou atrás, pra ver se ela sabe de algo mas nunca sabe. Sempre diz que meu padrasto ainda não respondeu nem atendeu o telefone.

Nisso eu já tinha ligado horrores para o bofe né? Na esperança que sei lá, ele atendesse, mas nada... Nadaaaaaa!!! Que ódio cara, que ódio daquele pau no cú. Olha como eu tô por causa dele? Vou emagrecer tudo que conseguir ganhar na academia.

Paula: Paola, por causa de quê tú tá nesse desespero? Achei que odiava aquele garoto, cara.

Paola: Ah mãe... Mesmo assim eu não quero que ele morra! — mentir.— Eai, soube de alguma notícia sim ou não? Quero avisar a Inara também...

Paula: Não, ainda não sei de nada! Mas ele não tava respirando quando você veio embora? Então garota, tá vivo, isso que importa. A médica vai cuidar bem dele, é conhecida minha.

Estava trocando mensagens com a Inara e por lá, ela também não tinha nenhuma notícia. Disse que o irmão dela tentou entrar em contato com os seguranças mas a maioria não sabia se nada, só que ele já estava com a tal médica a mais de duas horas.

O que nos resta é esperar né?!??? E pedir muito a Deus pra que nada de ruim tenha de fato acontecido, quer dizer, nada pior do que ele já estava. Que o desgraçado esteja bem, pois não estou preparada pra receber uma notícia dessa agora.

[...]

Conseguir dormir um pouco, e acordei com a minha mãe me chamando no quatro. Levantei avoada, pois tinha esperança de ser alguma notícia né? Já que até agora, nada.

Paula: Filha, seu tio ligou...— falou serinha.— O Farrat levou um tiro e pegou no peito!

Cara, meu corpo se paralisou na mesma hora e eu sentir ele formigar por inteiro. Como assim? Um tiro no peito? Puta que pariu, cara!

Parece que fiquei sem ar por alguns instantes e nem conseguir falar nada. Só sentia meu coração bater forte e minhas pernas tremerem.

Paola: No peito? Meu Deus! Ele morreu, mãe?????

Paula: Não, não! E tá vivo, esse garoto é muito forte. Passou a tarde toda com a equipe médica, foi difícil mas conseguiram tirar a bala...— falou aliviada.— Avisa a família dele, liga pra sua amiga e fala que tá tudo bem! Eu tô saindo, ok????

Paola: Vou avisar... Vou ligar pra ela agora.— falei pegando o telefone.— E você vai pra onde agora?

Paula: Ele vai precisar de cuidados né garota? E eu me ofereci. Você sabe que sou formada em enfermagem, gosto demais dele e não ia deixar qualquer pessoa cuidar! — encarei a mesma.— Vou ficar uns dias lá na nossa casa da Rocinha.

Paola: Eu vou contigo, vou contigo!

Paula: Não precisa, garota. Você nem gosta de ir pra lá, melhor ficar aqui mesmo.

Paola: Mas eu quero ir, cara! Não quero ficar aqui sozinha, você sabe que eu não gosto né?

Obviamente eu estava inventando isso, se tem uma coisa que eu amo, é ficar sozinha em casa e ela sabe disso. Mas no momento eu tenho que fazer a egípcia né? Então, tenho que tentar pelo menos não ser tão óbvia!

Minha mãe é muito desconfiada, mas eu acho que ela estava tão nervosa pelo bofe, que não deu muita importância ao que eu disse que aparentemente acreditou no fato de eu não querer ficar "sozinha"

Arrumei minhas coisas, peguei roupa pra umas duas semanas. Levei só o básico mesmo, qualquer coisa eu volto pra buscar depois né? O que eu mais quero agora é ver como ele tá, só isso!

Liguei para a Inara e contei tudo, ela disse que queria vê-lo mas segundo o meu padrasto, ele só vai liberar daqui a uns dois a três dias, pois por enquanto ele precisa de repouso absoluto. Ou seja, não tem como ver nem falar com ninguém!

Já sabe como família é né? Vai querer beijar, abraçar e os caralhos e no momento ele não tem condições pra isso. Então é melhor deixa mais pra frente...

Paula: Já conversei com a avó dele, acalmei ela. Coitada, nem imagino o desespero que ela passou...— falou entrando no carro.— O Farrat é muito amado mesmo, tem sorte da família que Deus deu pra ele.

Paola: Sim! Ele é a âncora da família, o ponto de equilíbrio. A Inara sempre diz pra mim que se não fosse ele, a família não seria tão unida.

Paula: É um bom rapaz! Pena que se perdeu nesse mundão aí, cara. Gosto dele como um filho... Tenho certeza que seria um bom genro pra mim, se não fosse essa vida, te apoiaria com ele.

Paola: Tsc, nada a ver!

Cara eu conheço a minha mãe, muito! Tenho certeza que ela está me testando, jogando o verde pra ver se eu falo alguma coisa. Se duvidar, ela até já sabe de tudo e eu tô aqui me desesperando atoa, tentando disfarçar.

Chegamos na Rocinha, estava tudo muito calmo. Ruas bem vazias, só tinha bandido fortemente armados mesmo, fora isso, não tinha ninguém!

Diablo: Trouxe a garota pra cá, Paula? Desnecessário! — beijou o topo da minha cabeça.— Como você tá filha? Pô cara, vacilação tú ter que te visto aquela cena. Tô cheio de ódio!

Paola: Tá tudo bem, tio. Eu tô bem...

Diablo: Tú tá bem o que porra, quase que metem a bala em tu também! — falou puto.— Papo reto, se o Farrat não te tranca no quarto, tu ia pra fora e aí já sabe...

Paula: Deus me livre, tá amarrado! — me abraçou.— Onde ele tá?

Diablo: Tá no quarto, pô. Tudo equipado pra ele lá, só tu ir lá ver.

Paula: Ok, vou lá agora! — fui atrás.— Você fica! Deixa eu ver como estão as coisas primeiro.

Destino Implacável.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora