Capítulo 1

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CAPÍTULO 1

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CAPÍTULO 1

Os raios solares penetravam pela copa das árvores e incidiam sobre os alunos deitados no gramado do campus. Era uma hora da tarde, e a temperatura estava em torno de 26°C. Era um dia fresco e convidativo à recreação. Eu estava com as mãos estendidas, capturando esses raios entre as frestas dos meus dedos, enquanto relaxava, deitada na grama.

Aquele era o último fim de semana letivo antes das férias da faculdade. Minha mãe viria me buscar para irmos à cidade onde ela morava com minha avó, mas eu não estava a fim de ir. O que restava era aproveitar meus últimos dias de sossego antes de ser inserida nos protocolos da família Dakotta.

Rebeca, uma das minhas amigas e integrante do nosso "quarteto da amizade", se arrastou pela grama até ficar bem próxima a mim.

- Você já escolheu a roupa que vai usar hoje? - Ela estava se referindo a uma "festa" para a qual tínhamos sido convidadas. A tal festa estava sendo promovida por Marcie, uma "amiga" de Melina, a segunda integrante do "quarteto da amizade". A reunião na casa dela serviria como uma despedida do semestre para os populares. Eu obviamente não fazia parte desse grupo, mas todos já sabiam que ao convidar Melina para alguma festa, tinham de convidar os outros três, ou seja, eu, Rebeca e Ted. Funcionávamos como um combo "peça um leve quatro".

- Por que preciso me arrumar? É só uma casa com um monte de universitários bêbados que estarão fedendo a vômito antes das onze horas da noite.

- Por que você é tão chata?

- Rebeca, hoje é quarta-feira. Qual é o sentido de ficar alcoolizada no meio da semana, sendo que tenho que acordar cedo no outro dia para estudar?

- Sua psicóloga sabe que você é antissocial assim?

Eu ri, virando a cabeça na direção dela.

- Claro que ela sabe, e ainda me apoia secretamente.

- Você vai à festa sim, Senhora. Nem que tenhamos que arrastá-la pelos cabelos.

- Terei comida e bebida de graça?

- Claro! Não te convido para rolês ruins.

- Vou pensar no seu caso. - Pensar no caso já era uma vitória para ela e, claro, serviria para que eu não fosse mais incomodada com o mesmo assunto nas próximas horas.

Ir para casa da vovó era simplesmente um pesadelo. Meus familiares não respeitavam meu espaço e queriam me forçar a fazer coisas que eu não gostava. Toda vez que havia a menção de ocupar o mesmo espaço que eles, eu ficava em desespero.

Eu gostava de ficar no campus, em companhia dos meus amigos e onde eu não era amolada por ser quem eu era.

O nosso quarteto da amizade se formou no dia em que ficamos presos no elevador da faculdade, no primeiro dia de aula. Nós quatro éramos calouros, e a situação foi apavorante. Sentados no chão do elevador, considerando que aqueles poderiam ser nossos últimos segundos de vida, fizemos amizade. A partir daquele dia, nunca mais nos separamos.

As mentiras de EthanWhere stories live. Discover now