Bysa Dakotta, parte de uma família milionária e tradicional, decide escapar de seu destino de garota mimada e controlada. Determinada a buscar uma vida mais autêntica e simples, ela parte para longe da família, focando seus estudos em Literatura.
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CAPÍTULO 9
Acordei com o som do despertador em meu ouvido, debaixo do travesseiro. Estava deitada em uma posição desconfortável, com o rosto amassado no travesseiro, virada para o lado esquerdo e de bruços. Era certo que eu teria um torcicolo.
Peguei o celular debaixo do travesseiro e pressionei o atalho rápido para silenciá-lo. Não queria pensar em nada do que tinha acontecido no sábado; meu momento de loucura era algo que eu não queria lembrar. Levantei da cama com a pouca dignidade que me restava e fui diretamente para o banheiro tomar um banho. No caminho, digitei uma mensagem para Rebeca, pedindo que comprasse algum remédio para aliviar os efeitos da pílula do dia seguinte que eu tinha tomado no domingo de manhã, logo após acordar no quarto de Echo.
Melina estava preparando o café quando apareci na cozinha, já pronta para ir ao trabalho. Eu evitava pensar na possível demissão que Ethan faria e no meu provável envolvimento com uma empresa que lavava dinheiro. Ela passou-me a garrafa cheia, coloquei-a sobre a mesa e peguei os pães para passar geleia. Echo estava de costas para nós duas, tomando uma xícara de café e olhando para a paisagem do campus pela janela. Aquela era a parte em que o constrangimento entre nós dois seria um problema.
— Você e Echo saíram cedo da festa? Eu não os vi. Rebeca saiu com aquele cara, Saul, logo após vocês sumirem. Acho que eles estão juntos. Ontem eu nem te vi. Por onde se enfiou? — Fiz um muxoxo, sem querer responder à sua pergunta. Me servi de uma xícara de café recém-coado. — Eu tenho que ir para a academia, faz alguns dias que não vou e sinto que minha bunda está ficando amassada de tanto ficar sentada assistindo aulas. Eu só quero me formar logo! Na última prova, eu não sabia nem fazer uma conta de divisão, não sabia o significado dos botões da HP na minha frente. — Ela não se importou com o fato de eu não responder.
— Você deveria ver um médico. — Sugeri.
— Vou tentar marcar. Estou enlouquecendo com as matérias deste semestre. Estou fazendo isso apenas pelo meu futuro como empresária.
— Isso mesmo, sua linda. Deixe que eu seja a única pobre.
Ela me olhou fazendo careta.
— Você nasceu rica. Só precisa sentar a bunda e ver os cifrões sendo depositados em sua conta.
Não pude deixar de rir. Ela teria mesmo dito aquilo se soubesse da origem do dinheiro da minha família?
— Sou apenas uma pobre coitada que precisa pegar o diploma de bacharel em Literatura e disputar uma vaga em uma escola rural, bem distante daqui.
— Sua ambição me deixa lisonjeada.
— Não há de quê.
Melina não estranhou o silêncio de Echo, afinal, durante todo aquele tempo, ele tinha sido apenas a sombra de uma presença em nosso apartamento.
