Capítulo 4

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CAPÍTULO 4

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CAPÍTULO 4

Ethan me deixou na porta da faculdade.

O apartamento estava vazio. Joguei minha bolsa em cima do sofá e fui correndo para o banheiro. Eu precisava urgentemente de um banho.

Após uma limpeza digna de um SPA, vesti uma roupa limpa e peguei meu notebook para verificar se tinha perdido alguma coisa importante na aula do dia anterior. Vi que novas mensagens de Rebeca tinham chegado, mas não me dei ao trabalho de olhar. No fundo, eu não estava com raiva, mas queria lhe dar uma pequena lição.

Enquanto minha conexão com a internet travava ao tentar entrar na plataforma da faculdade, fui até a cozinha preparar uma vitamina. Aproveitei para verificar como estava a nossa despensa e vi que era necessário comprarmos algumas coisas. Anotei em um papel o que precisávamos para passar a semana e voltei para ver as notificações. Um professor tinha postado o plano de aulas, outro tinha lançado um trabalho semestral e só.

Desliguei o notebook, liguei para minha mãe para ver como ela estava e, ao finalizar a ligação, desci para ir ao mercado.

O mercadinho mais próximo ficava a um quarteirão da faculdade. Eu não estava muito animada, meu corpo pedia cama, mas me arrastei até lá. Melina sempre fazia as compras sem reclamar. O mínimo que eu podia fazer era surpreendê-la e deixar de ser folgada.

Eu estava contando meus passos enquanto andava, os olhos semicerrados devido à luz do sol das dez da manhã, ouvindo música nos fones de ouvido e exalando preguiça. Passei pela porta de vidro e entrei no estabelecimento, sem reparar ao meu redor. Peguei um carrinho e fui para os corredores.

Meu celular vibrou e uma mensagem apareceu na barra de notificações.

“Na empresa amanhã, às 9h. Saul vai buscá-la.”

Era Ethan falando sobre a entrevista. Respondi com um “ok” para o número desconhecido e voltei a guardar o celular no bolso.

Enquanto escolhia as frutas, uma senhora pediu gentilmente para que eu informasse o preço, pois não enxergava bem. Tirei os fones de ouvido para não parecer mal-educada e informei a ela o valor que estava na prateleira. Ela agradeceu e me deixou sozinha novamente no corredor.

Tive uma incômoda sensação de que alguém estava me observando.

Girei o corpo procurando por quem quer que fosse, mas eu estava sozinha.

Peguei tudo o que precisava e fui até o caixa para efetuar o pagamento. Minhas economias do mês estavam no fim e eu precisava economizar até receber meu primeiro salário. Arrumar um emprego na editora seria minha salvação. Só de pensar que eu poderia sobreviver com o dinheiro do meu próprio esforço me dava um grande alívio.

Separei os itens na sacola retornável e saí.
Enquanto voltava para casa, fiquei refletindo sobre o que Ethan tinha dito a respeito dos meus planos para o futuro. Era difícil explicar para os outros que eu não conseguia visualizar um futuro concreto para minha vida. Não tinha o costume de planejar as coisas, apenas deixava que elas acontecessem.

As mentiras de EthanWhere stories live. Discover now