Novo amiguinho

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[ ... ]

Assim que me aproximei da porta, Henrique foi na minha salvação. As pessoas começaram a me questionar coisas aleatórias e digamos que o meu espanhol ainda não era o dos melhores, pelo menos não o europeu.

Depois disso, ajudei o pessoal a organizar tudo e abrimos a loja.

A única pergunta que rondava em minha mente era: Onde esse povo arruma tanto dinheiro para gastar com coisas de futebol? Mas então me lembrei que quando era criança eu era louca para ter uma chuteira assinada pelo Neymar, mas enfim, eu era uma criança e quando se é adulto, você começa a agir como um. Só não sei quando que eu vou, mas já sei que tudo que eu faço é o contrário que um adulto em sã consciência faz. Enfim, Isadora eu mesma.

_ Isa, eu queria ir em um lugar depois do expediente, você vai comigo? - Henrique perguntou colocando os braços em cima do caixa, onde haviam me colocado hoje.

_ Depende, onde fica esse lugar que você quer ir? - Perguntei e ele passou do meu lado, já que uma cliente queria pagar.

_ É um abrigo de animais, conheço uma amiga que trabalha lá e ela disse que tem alguns animaizinhos que estão para doação, e eu queria dar uma olhada. Não fica longe, são apenas vinte quarteirões daqui.

_ Tudo bem. Mas tem que ser rápido. Não gosto de chegar tarde em casa.

_ Não vamos demorar, vai ser rapidinho. Obrigado, depois conversamos mais. - Falou me dando uma chacoalhada, antes de sair de perto e deixar eu terminar o meu trabalho.

Não sei se era porque eu estava no caixa, mas o dia passou voando, quando me dei conta o pessoal já estava fechando as portas.

_ E aí, Isa? Preparada? Já chamei um Uber para nos levar. - Henrique disse segurando minha mochila em suas mãos e assenti.

_ Preparada. - Respondi indo na direção do pessoal que ainda estavam ajeitando as coisas. _ Bom final de tarde pessoal, até amanhã. - Me despedi e sai com Henrique.

O Uber já estava nos esperando do lado de fora, então foi tudo muito rápido.

Henrique informou o lugar para o motorista e ele assentiu colocando no visor do carro.

_ Será que tem muitos animaizinhos fofos? - Perguntou.

_ É claro que tem, na verdade todos os animaizinhos são fofos.

_ É verdade. - Falou virando para frente e começou a conversar com o motorista.

Não demorou muito para chegarmos lá, Henrique acertou certinho o número de quarteirões. Totalizou vinte certinho.

_ É aqui. - Henrique disse olhando para o lugar, na incerteza se entrava ou não.

_ Está com medo? - Perguntei e ele assentiu balançando a cabeça freneticamente. _ Por que?

_ Eu sempre quis um animalzinho, mas meus pais nunca me deixaram ter um. Então agora que estou morando sozinho, eu tive essa idéia. Me acha maluco?

_ Claro que não. Você não podia ter uma coisa e agora você pode, faz sentido querer. Isso não te torna maluco.

_ Tabom. Então vamos lá. - Falou andando na direção do lugar e fui andando atrás.

Quando entramos, havia uma menina lá e pelo brilho nos olhos de Henrique eu já tinha entendido tudo.

_ Oi Penélope, tudo bem? - Henrique perguntou todo envergonhado e a moça sorriu bobo.

_ Oii, estou bem e você? - Perguntou, mas seu brilho diminuiu quando me viu atrás dele, então me senti na obrigação de intervir.

Country on fire - Jude BellinghamWhere stories live. Discover now