3° CAPÍTULO

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|Passado|
6 ANOS ANTES


Eloise Alencastro
(16 anos)

As pessoas estavam eufóricas, gritando ao meu lado e torcendo muito. As líderes de torcidas energizadas e incentivando as equipes fazia com que o ginásio lotado liberado ao público abrigando cerca de umas 10 mil pessoas nos seus respectivos assentos ficassem loucas pela partida. Eu ainda não acreditava que havia concordado com essa palhaçada que minha melhor amiga de turma do nosso penúltimo ano do ensino médio simplesmente me enfiou, é uma loucura descabida ouvir tanta gritaria em um jogo de invasão com tantos brutamontes se enfrentando e se debatendo. Estou na Universidade de Sorbonne aqui mesmo em Paris, onde o irmão dela estuda e viemos para assistirmos a final de um campeonato de basquetebol dos alunos.

— Eloise? _A Catarina me empurrou com seus ombros, entregando-me refrigerante. Eu a olho, aceitando o copo, apesar do meu desânimo por está no meio dessa muvuca, não deixo que ela perceba e a dou um sorriso. — Você quer enganar quem? Está na cara o seu desgosto. _Ela riu largo, bebendo sua bebida e nem se importando de eu está odiando, o que é maravilhoso.

— Estou aqui por você. _Admito. De repente, tomo um baita susto quando uma garota grita próximo ao meu ouvido e quase estoura meus tímpanos. — Inferno! _Empurro o dedo indicador em meu ouvido afetado e remexo o dedo dentro, fazendo careta e clamando aos céus que eu não saia daqui surda.

— Amiga, você mal está se esforçando para acompanhar o jogo. _A Catarina disse animada e gesticulou com a sobrancelha para que eu firmasse meus olhos na frente e se concentrasse.

Revirando os olhos sem que ela perceba, viro os ombros e me encosto no assento, sorvendo em pequenos goles meu refrigerante. Sem alternativa, observo a droga do jogo rolando. É mil vezes melhor está aqui do que aturar a minha irmã me enchendo o saco com mais uma das suas patifaria. É de causar náuseas as coisas insanas que ela vem me pedindo para fazer com intuito de "ajuda-la" com seu namorado.

Ela não tem uma gota de carácter.

Minha irmã não tem um neurônio intacto.

Ela é podre.

Qual é o time do seu irmão? _Pergunto curiosa.

— O de camisa branca.

Meu olhar sobe para o painel marcando a pontuação e deixo um estalo com a língua escapar.

— Não quero ser uma péssima torcedora. Mas o time dele está sendo massacrado. _Eu a olho e ela está me olhando com os olhos semicerrados e balançando a cabeça, incrédula com meu comentário. Me defendo com divertimento. — Catarina, eles estão tomando um pau. É inegável, amiga.

— Eu estou vendo essa merda. _Furiosa, ela bateu na própria perna e apontou para o jogo. — O outro time tem a droga de um assassino competitivo e que não para de derrubar o fracote do meu irmão. CADÊ O FAIR PLAY, FILHO DA PUTA? _Ela gritou irada.

Assassino?

Franzio o cenho, sentindo algo como inquietação nas pernas. Descanso meu copo no local do assento e rastejo meu olhar pelo outro time.

Tem um assassino jogando?

— Assassino? _Eu seguro na mão dela, atraindo sua atenção. Eu a fuzilo com o olhar. — Como assim assassino, Catarina? Puta merda!

— O cara mais alto e marcando o meu irmão, o camisa 8. Ele está sendo acusado de assassinato.

Se meu pai descobre que fugi da mansão e sem seguranças para vir ver um jogo onde um dos integrantes dos times é um assassino eu estou muito ferrada. Que droga!

O MaculadoWhere stories live. Discover now