2° CAPÍTULO

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|Presente|
Hendrick Alencastro

Passando pela porta giratória da minha empresa, não demorou para que minha secretaria viesse correndo entregar-me meu café forte sem açúcar e recolher minha pasta de couro, acompanhando-me até o elevador.

— Senhor Alencastro... _Ela se sensura e após afundar o botão do elevador, retiro meus óculos escuro, prendendo em minha camisa branca e me recosto na parede de aço, cruzando um pé. Por fim a olho, sinalizando para que termine sua fala. — Achamos que não viria trabalhar hoje.

— Preciso espairecer. Minha cabeça está um porre.

Ela assentiu e olhou para a ponta fina dos seus saltos, segurando com firmeza a minha pasta.

— Eu sinto muito por tudo que o senhor esteja passando. É muito triste toda essa situação. _Me olhou com alguma lamentação. — A pobrezinha deve está aos prantos.

Dou um gole em meu café fumegante e o aroma forte estabiliza meus nervos, colocando tudo em ordem e me refreando para não falar o que não devo, odiava pessoas falando comigo logo pela manhã e odiava mil vezes mais paráfrase a respeito dela. Ninguém se importa de fato com a Eloise. Ninguém. Eu sim.

— Estou fazendo até o impossível para encontrar a minha mulher. O fato de eu comparecer ao trabalho não pode ser visto pelos meus funcionários como alguém que desistiu. Vivo constantemente falando com a polícia, toda essa droga quebrou minhas pernas. No entanto, preciso seguir minha agenda e compromissos, não é justo com vocês e muito menos comigo. Eu não posso fazer muita coisa, só aguardar notícias. _Comento e a observo com cautela, analisando seu comportamento e como minha declaração surtiu nela.

Seus ombros meramente encolheram, os lábios separavam em busca de soltar algum ar lamentoso e ela finalmente me encarou, suspirando e com alguma tristeza aparente.

— O senhor é um bom homem. A senhora Eloise irá aparecer. Eu sei que vai.

Assinto, passando para fora do elevador quando a porta se abre e rumo em passadas largas até minha sala, empurrando a porta de vidro e vagando até se acomodar em minha poltrona.

— Qual minha agenda de hoje? _Pergunto, descansando meu café sobre a mesa.

Minha secretaria encostou a porta e veio entregar-me minha pasta, seguindo até a vidraça e acionando o deslizar das cortinas para clarear o ambiente como de costume. E voltando para perto, ela tomou assento e mexia no seu celular.

— O senhor tem uma reunião com um dos sócios às 13h:00 aqui no banco mesmo. Às 15h:00 precisamos ver às demandas dos empréstimos e o que está acontecendo com os novos modelos de cartões de crédito via aproximação. _Passou a agenda.

Descanso meus ombros no encosto da poltrona e afrouxo minha gravata entre um lado e outro.

Ela me olhou de forma imediata, e sobre a poltrona a enxerguei cruzar e apertar as pernas coberta por uma saia cinza justa, revelando muito das suas coxas lisa e morena. Limpo a garganta e ela retornava a atenção para o celular, molhando os lábios.

6 anos...

6 anos sem trepar.

Que desgraça!

Sobrevivo só do gosto dela em minha língua. E essa porra tem 3 anos. Eloise... caralho!

— Diga aos emissores que preciso que compareçam a minha sala às 11h:00. _Ordendo.

— Sim senhor. _Digitou algo, colocando-se de pé. — Mais alguma coisa? _Me olhou. Nego silencioso e mantenho o olhar firme em seu rosto, esquivando-me de espiar seu corpo. Ela riu contida e escondeu uma mecha cacheada dos seus cabelos atrás da orelha, crescendo o sorriso. — Desculpe-me, mas é muito bom tê-lo de volta, senhor.

O MaculadoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum