Oie! Como ces tão?
Esse capítulo é para todos os que gostam de boiolagem
Obrigada Mari por me aturar pedindo opinião e a Lele, minha mió, por sempre me incentivar e estar comigo❤️
Boa leitura, espero que gostem
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Ter Ester em seu apartamento após tantos anos de distância e contato quase nulo surtiu efeito no emocional de Carol, semelhante ao de furar uma bexiga cheia de água. Não conseguia elaborar o turbilhão dentro de si, muito menos refrear o que sentia.
A professora passou dias se sentindo à flor da pele, quase em estado de alerta, esperando o momento em que algo terrível pudesse acontecer. Se odiava por isso, porém sempre que sua mãe ou a tão conhecida dor do abandono surgia não conseguia evitar de ter seu humor completamente estragado.
Carolina estava acostumada a não ter companhia nesses momentos, nunca soube verbalizar o que precisava nessas horas, nem mesmo para Adriana que esteve ao seu lado por mais da metade de sua vida. Já tinha como hábito recorrer ao isolamento até o momento em que conseguia enterrar o que quer que sentisse no peito e fingir que nada havia acontecido. No entanto, a presença de Natália em sua vida fez dessa vez ser diferente.
Gentilmente a fotógrafa permaneceu ao lado dela. Sem que a professora falasse nada, quase como em um passe de mágica, Natália simplesmente preenchia o vazio no peito de Carolina. A fotógrafa parecia saber exatamente quando ela precisava de abraço, carinho, beijo ou um docinho.
Em meio a mais uma noite aconchegadas no sofá maratonando Game of Thrones enquanto Natália acariciava as macias mechas escuras de Carol repousadas em seu colo, a fotógrafa interrompeu o silêncio confortável e familiar que compartilhavam.
– Quer fazer um passeio comigo amanhã?
– Eu topo, mas para onde vamos? – Olhou curiosa para a mais velha.
– É surpresa.
– Até onde sei você não é muito boa em guardar segredos.
– Não mesmo, mas você só vai saber quando chegarmos lá. – Sorriu achando uma graça o biquinho involuntário que surgia nos lábios rosados toda vez que Carolina se sentia contrariada.
– Você não vai me contar nem se eu te subornar?
– Dependendo do que vai me oferecer posso pensar no seu caso.
– Bom saber, dona Natália. – Carol sentou no sofá se inclinando para beijar a fotógrafa. – E se eu te disser que envolve eu, você e um banho bem gostoso?
– É bem tentador, não vou fingir que não, mas ainda vou manter o segredo.
– Nossa que mulher misteriosa.
– Faz parte do meu charme. – Sorriu arqueando uma sobrancelha.
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Pela manhã Carolina acordou antes de Natália, o que não era incomum. Porém, tendo em vista que a fotógrafa insistiu para que dormissem antes da meia-noite para acordarem cedo, a professora não pode deixar achar graça.
Aproveitando o estado ainda adormecido de Natália, Carol preparou uma bandeja com as coisas preferidas de Cardoso para o desjejum que tinha à disposição: suco de laranja, torradas com creme de ricota e mamão. Com cuidado ajeitou a bandeja no pé da cama para cardar a mulher que ainda dormia profundamente.
– Ei, dorminhoca. – Carolina falou ao ver os olhos castanhos se abrirem após algumas tentativas de tentar acordar Natália. – Bom dia. – Beijou suavemente a bochecha ainda amassada pelo recente contato com o travesseiro e foi envolvida por um abraço manhoso.
– Bom dia, linda. – Disse com a voz arrastada e ainda mais rouca que o normal por conta do sono com a boca quase colada ao pescoço alvo de Soffredini, a fazendo se arrepiar. – Está tão animada para passear que até me acordou é? – Perguntou ao desfazer o abraço.
– Estou animada sim, mas acho que a curiosidade está ganhando.
– Bom saber. – Se espreguiçou ainda deitada, – Que horas são?
– São quase nove horas ainda. – Repousou a mão sobre a coxa de Natália assim que ela fez menção a se levantar. – Antes de levantar não quer tomar café, não? – Apontou para a bandeja.
– Ganhei café na cama? Obrigada, a...querida. – Torceu para que a professora não tivesse percebido sua confusão com as palavras, apesar de saber exatamente o que queria dizer.
– Hoje não tem tudo do jeito que você gosta porque acabou seu chá de camomila e a granola. – Carol explicou colocando a bandeja no colo de Natália. – Talvez a gente devesse dar uma passadinha no supermercado na volta.
– Passamos sim, mas já está tudo perfeito. – Deu um sorriso tão largo que pode sentir suas bochechas ficarem doloridas, mas foi impossível deixar de transparecer a alegria por receber aquele gesto. – O que fiz para merecer essa surpresa tão gostosa? – Bebeu um gole do suco.
– Quer ordem cronológica ou alfabética? – A professora brincou sem deixar de sentir o quanto verdadeiramente se sentia grata pela presença de Natália em sua vida. – Porque tenho muitos motivos.
– Não fiz nada além do mínimo que se deve por alguém que se gosta ou do que você faria por mim, Carol.
– Nem preciso pensar muito no meu histórico em relacionamentos amorosos ou não para saber que tenho o costume de me contentar com bem menos do que o mínimo, mas não é o momento de falar sobre isso. – Respirou fundo. – Só preparei o café como uma forma de demonstrar o quanto eu valorizo e sou agradecida por ter você na minha vida e por estarmos construindo uma relação repleta de um companheirismo muito bom que eu nunca tinha chegado nem perto de desfrutar de maneira amorosa. – Sentiu seus olhos encherem de água. – Por um tempo me convenci de que minha relação com o Ulisses era o máximo do que conseguiria ter, não tinha carinho nem desejo, mas ele era uma boa companhia e entendia meu trabalho, parecia bastar. Nas relações anteriores a ele, meu trabalho sempre foi motivo de intriga, porém nunca tinha tido vontade de agir de maneira diferente e até achava meio bobo que se incomodassem com isso. Mas aí veio você. – Sorriu já sentindo as lágrimas escorrerem timidamente por seus olhos. – E em poucos meses me mostrou que em uma relação é possível ter tudo que achei que nunca receberia de uma vez só e muito mais. Apesar de não saber muito bem como lidar com isso ainda, o que estou tentando demonstrar e dizer é que eu acho que amo você, Natália.
– Que bom, Carol. – Gentilmente secou as lágrimas da professora. – Porque já tem um tempinho que eu tenho certeza que te amo.
E o meu lugar é esse ao lado seu, no corpo inteiro
Dou o meu lugar, pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite, as quatro estações
Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção
Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção
Dois Rios | Skank
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O que acharam?
Comentem, votem e até o próximo capítulo!
❤️
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Deixa Eu Ficar Na Tua Vida | Narol
FanfictionO amor pode aparecer em momentos incrivelmente inesperados, até mesmo quando se está planejando um casamento que não tem certeza se quer que aconteça.