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Minha cabeça está doendo e rodando. Não me lembro muito do que aconteceu, mas considerando a minna dor tenho certeza que bati a cabeça bem forte no chão. Mas o que está me matando mesmo é a dor no braço, evito olhar para ele, mas consigo sentir os pedaços de vidro entrando e cortado um por um o meu braço. A dor é insuportável.

-Chegamos. – Andrew anuncia descendo do carro e dando a volta para abrir a minha porta.

Eu tento descer porém, ele me impede. –Você não vai conseguir andar. – ele me pega com um braço abaixo das minhas pernas e o outro nas minhas costas. Eu agarro seu pescoço com a mão boa e ponho a machucada sobre minha barriga manchando de sangue o vestido de Isaac. Deito minha cabeça no seu peito de Andrew e tento me acalmar. Se eu não estivesse com tanta dor até que poderia aproveitar o momento.

Entramos no hospital e não tenho certeza de quanto tempo demorou para que eu fosse atendida, mas quando me vejo, já estou sentada em uma maca e uma enfermeira está ao meu lado me avisando que vai doer um pouco.

Andrew não sai do meu lado por nenhum segundo e isso me deixa um pouco mais confortável.

-vamos começar. –A enfermeira anuncia. Andrew está em pé ao meu lado e aperta minha mão.

Ela coloca algum liquido na ferida e isso faz com que ardesse muito mesmo com a anestesia, solto um grito de dor e aperto mais ainda a mão de Andrew.

Ela começa a tirar os cacos do ferimento e eu sinto cada um cortando minha pele enquanto são retirados vagarosamente. Meu rosto está cheio de lágrimas e estou usando todas minhas forças para não gritar.

-A ferida está muito profunda. Mas deu sorte que não pegou nenhuma veia. Vamos costurar o ferimento e está pronto. – ela diz como se fosse muito fácil aguentar.

Uma eternidade de tempo depois ela enfim enfaixa meu antebraço e anuncia que acabou. Por incrível que pareça já não sinto tanta dor, mas depois de tomar um monte de comprimidos para dor é meio impossível eu sentir alguma coisa.

Um médico me indicou mais alguns comprimidos para tomar durante a semana e me indicou também só voltar para tirar os pontos daqui a dez dias. Mas segundo ele isso não vai incomodar minhas atividades diárias.

Tempo depois já estamos dentro do carro, como não estava sentindo tanta dor consegui andar. Mas Andrew segurou meu braço pelo caminho todo, ele provavelmente deve estar se sentindo muito culpado para fazer tudo isso.

-Como você está? Espero que sua cabeça tenha melhorado. – Ele me pergunta enquanto dirige.

-Sim, só está latejando um pouco, mas é suportável.

-Espero que melhor rápido.

-É... Andrew, quando a conta do hospital chegar, me envie- Já estou lotada de contas para pagar de hospital e esse que acabei de ir é particular e bem caro aparentemente.

-Já paguei- ele não se vira para mim nem um segundo.

-Então desconte no meu salário. -sugiro

-Sabe que não vou fazer isso.

-Por que? É tão caro assim tirar cacos de vidro do braço de alguém? - Talvez a conta desse hospital seja tão cara que ultrapasse meu salário, fala sério eu faço a menor ideia de quanto é uma conta em um hospital.

-Não, é quase nada, Charlotte, mas é o mínimo que posso fazer.

-A culpa não foi sua.

-Mesmo assim, me sinto responsável.

-A culpa também não foi dela, Andrew- assim que escuta seu nome ele me olha pela primeira vez desde que entramos no carro. – Ela não estava em seu estado normal.

Meia Noite e Um - Completo ✔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora