vinte

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  Yoongi entrou em passos largos na lanchonete, falou por alguns segundos com Frank e logo veio até meu balcão, esperou pacientemente que eu atendesse duas pessoas que estavam em sua frente e quando finalmente chegou sua vez ele largou uma nota no balcão, sem nem mesmo um "Oi" ou um "Bom dia!". O que fizeram com o Yoongi que eu vi ontem mesmo, que era carinhoso e gentil, e surpreendentemente, sorria? Um lindo sorriso, devo dizer.

—Bom dia pra você também. – resmunguei lhe entregando o maço de cigarros, ele simplesmente deu meia volta e voltou a marchar em direção a porta. 

Mas que... que coisa é essa? Será que eu fiz algo de errado? Eu tenho certeza que não.

  Frank me olhou e balançou a cabeça em direção a porta, eu andei em passos largo até ela e assim que saí da lanchonete corri até Yoongi, que já virava a esquina.

  O cutuquei, mas ele me ignorou, o balancei, mas ele continuou andando sem nem sequer me olhar, como se eu não existisse. Arranquei o cigarro que estava preso entre os seus lábios, o joguei no chão e pisei em cima, ele finalmente me olhou, mas parece estar irritado. 

—Por que fez isso? – ele parou e eu parei em sua frente.

—Odeio que fume. – cruzei os braços sobre o peito.

—Já falei que tem que cuidar mais da sua vida. – senti meu interior se contorcer e eu me encolhi. Isso doeu, doeu mesmo.

—Por que você está sendo rude comigo? – desviei o olhar e pude o ouvir suspirar.

—É melhor voltar pro trabalho – soquei seu ombro e ele deu um passo em minha direção. Eu não estou com medo, só quero que ele me abrace.

—Não volto até que me diga o por que de estar assim. – ergui um pouco os pés e me inclinei em sua direção, tentando parecer maior e intimidador. Mas que diabos eu tô fazendo? Talvez eu não devesse me importar e parar de me meter. Se ele não faz questão, por que eu faria?

—Não era você mesmo quem não se importava comigo? Então, volte a trabalhar e cuide da própria vida, porque da minha eu sei cuidar muito bem. – sua voz mais rouca e grossa fez com que eu me arrepiasse. Me afastei dele e suspirei, derrotado. Não posso o forçar a confiar em mim e estar comigo.

—Tudo bem. Se quer assim, só me faça um favor e não me procure mais, tá bom? – comecei a caminhar de volta até a lanchonete, já que é assim que ele quer.

  Pude escutar passos apressados e tentei conter o sorriso quando senti sua mão me segurar o braço. Yoongi abraçou minha cintura e eu, como um belo idiota que sou, me joguei contra seu corpo e retribui com toda minha força. 

—Me desculpe. – ele murmurou afundando seu rosto contra meu pescoço. – eu sou um idiota, eu não sei o que deu em mim, eu não deveria descontar meus problemas em você. Me desculpa mesmo, docinho. – eu sorri um tanto triste e beijei sua bochecha. 

—Por favor, nunca mais me trate assim. – pedi e ele se afastou alguns centímetros, apenas pra me olhar.

—Acho que agora você tem que voltar pro trabalho. – me afastei ainda mais e ele sorriu pra mim Agora sim eu estou satisfeito.

—Fica bem. – Yoongi confirmou com a cabeça, deixou um beijo demorado em minha testa, me puxou para um último abraço e então eu pude o soltar de vez e voltar para o meu trabalho, mas confesso que minha vontade era de continuar aconchegado nele e tentar entender o que estava acontecendo para ele agir dessa maneira.


Cigarettes - taegi ver.Where stories live. Discover now