trinta e quatro

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decidi postar algo pra distrair vcs um pouquinho desse momento tão ruim que o mundo se encontra. espero que estejam bem! por favor, não esqueçam de pesquisar sobre o black lives matter e ajudar como for possível!!

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  Eu estou encostado no meu balcão, esperando ansiosamente a hora de ir para casa. Eu me sinto exausto e os poucos minutos que faltam parecem se arrastar como horas.

—Tae! — eu repreenderia Jimin por estar gritando dentro da lanchonete e por ter me assustado, mas o mesmo está chorando compulsivamente e a única coisa que consigo fazer é correr ao seu encontro e o abraçar com toda minha força. Ele não se parece em nada o garoto divertido que está sempre com um sorriso no rosto que eu costumo ver. —Vo-você precisa... precisa vir comigo. — na mesma hora sinto um aperto no coração. Sinto que se trata de Yoongi, mas eu não quero acreditar nisso.

  Frank se aproxima também com lágrimas nos olhos. Parece que o único desinformado de toda situação sou eu e se não estivesse tão preocupado estaria com raiva.

—Vai. — foi a única coisa que Frank disse depois de passar as mãos nos meus fios loiros.

  Eu acompanhei Jimin, ele segurava minha mão com força. Não perguntei o que havia acontecido porque tenho medo da resposta.

  Ele dirigia feito um louco pelas ruas e eu mantinha uma das minhas mãos em seu ombro, tentando o confortar de alguma forma.

  Jimin estacionou em frente a sua casa. As lágrimas já haviam parado. Ele me encarou, soltando um longo suspiro em seguida.

—Me desculpe, Tae. Yoongi pediu pra não te contar e eu e Hoseok achamos que daríamos conta junto com Frank. Sabemos que está com problemas com a sua família e não queríamos piorar a situação, mas hoje ficou insuportável. — lágrimas voltaram a escorrer por sua bochecha. — Quando eu e Hobi voltamos pra casa, Yoongi já estava trancado no quarto. Ele destruiu tudo, não para de gritar há duas horas. Eu e Hobi ficamos com medo de entrar no quarto. Você é nossa única esperança. — eu o abracei, me desmanchando em lágrimas também.

  Jimin me guiou para dentro da casa. Hoseok estava parado no corredor, em frente a porta do quarto de Yoongi, enquanto o mesmo gritava palavras desconexas do lado de dentro.

  Hoseok me deu um abraço demorado e eu me permiti analisar a casa por alguns segundos. Cacos de vidro pelo chão, papéis espalhados por todo lado, as almofadas jogadas pela sala. Tudo parecia um verdadeiro caos.

—Yoongi! — disse alto para que ele me escutasse, no mesmo instante ele se calou. Levei minha mão até a maçaneta, mas Hoseok a segurou.

—Não acho que seja uma boa ideia fazer isso, Tae. — murmurou com a voz embargada. Eu o ignorei, girei a maçaneta e abri a porta.

—HOSEOK, EU JÁ FA... — Yoongi estava uma bagunça de lágrimas e sentimentos. Ele ergueu a garrafa que estava em sua mão como quem fosse arremessar. Eu o encarei diretamente nos olhos.

—Tá esperando o quê pra jogar a garrafa? — no mesmo instante ele abaixou o braço. Entrei no quarto e bati a porta.

  O lugar estava com um cheiro insuportável de álcool e cigarro. Yoongi mal conseguia parar em pé por conta própria e eu estou furioso com ele.

Tomei a garrafa vazia de suas mãos e arremessei na parede mais distante de nós dois.

—É por causa dessa porra que me deixa sozinho em casa chorando? — gritei vendo Yoongi voltar a chorar. O mesmo caiu de joelhos na minha frente e abraçou as minhas pernas. Aquilo partiu meu coração, mas não diminuiu absolutamente nada a minha raiva.

  Não é justo, não mesmo. Não é justo ele destruir uma casa que não é só dele. Não é justo ele se afastar sem mais nem menos. Não é justo ele beber até cair e acabar descontando todas as suas frustrações nas pessoas que o amam.

—Me perdoa. — ele murmurou embolado. Eu sentia seus braços me apertarem cada vez mais.

  Eu o soltei das minhas pernas e o mesmo desabou sentado no chão. Abri a porta, Jimin e Hoseok ainda estavam parados em frente ao quarto.

—Pode dar um banho nele? — pedi, me direcionando a Jimin, que com certeza aparentava estar mais calmo que eu e Hoseok, que não parávamos de chorar um segundo sequer.

  Jimin passou por mim e agarrou Yoongi pelos braços, o arrastando até o banheiro, o mesmo não reclamou. Hoseok, junto a mim, recolhia os cacos de vidro do chão e toda a bagunça que Yoongi havia feito no quarto.

—Eu sinto muito. — Hoseok murmurou.

—Não é sua culpa. — o respondi, secando meu rosto com a manga da minha blusa.

—Nem dele. — me respondeu ainda em um sussurro. O encarei sem entender. — Esse é um dos problemas que o acompanha há muitos anos. Pensamos que tinha passado, aparentemente não. — me explicou em poucas palavras. Eu apenas concordei com a cabeça, voltando a chorar.

  Hoseok disse que iria preparar algo para se caso Yoongi aceitasse comer. Enquanto isso eu arrumei sua cama.

  Jimin o vestiu e o deitou na cama, deixando nós dois sozinhos. Seu corpo tremia e Yoongi ainda chorava, enrolado em seu cobertor.

—Posso pegar alguma coisa pra comer? — ele apenas confirmou com a cabeça.

  Fui até a cozinha buscar a sopa que Hoseok havia preparado. Pedi para que ele e Jimin fossem descansar, já começava a ficar tarde.

  Yoongi parecia não ter firmeza em suas mãos para fazer tal tarefa sozinho, então o ajudei a comer. Ele se recusou a comer tudo, porém o suficiente para que não acabasse por me matar de preocupação.

  O deitei em sua cama e ajeitei o cobertor em sua volta. Seu cabelo estava colado em seu rosto por conta do suor, seu corpo não parava de tremer por absolutamente nada. Eu estava pronto para deixar o quarto, mas Yoongi segurou minha mão.

—Não me deixa. — foram suas primeiras palavras depois de tudo que aconteceu.

  Sentei ao seu lado, afastando os fios que caíam em seu rosto, sentindo as teimosas lágrimas voltarem a escorrer por minha bochecha.

  Ele não me disse uma palavra sequer, esse não é o momento certo para uma conversa. Apenas tirei meus sapatos e deitei ao seu lado. Yoongi enrolou seu corpo frio ao meu, eu o apertei em um abraço, sentindo seu corpo tremer contra o meu. Seus dedos apertavam minha cintura com certa força, como se eu fosse escapar por entre eles.

  Distribuí beijos por todo o seu rosto, secando suas lágrimas. Aquilo me partia o coração, esse não se parece em nada com o meu Yoongi, talvez uma versão quebrada sua.

—Você ainda me ama? — um soluço alto escapou por entre seus lábios.

—Sempre vou amar.

Seria uma noite realmente difícil.

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desculpem qualquer erro!!

também estou postando uma nova short fic taegi, é bem levinha e soft pra acalmar o coração por alguns minutos. podem achar no meu perfil, chama "galway boy" :)

continuem se cuidando!!

Cigarettes - taegi ver.Where stories live. Discover now