Um misterioso ajudante - parte 2

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— Tarde demais! — disse Dart, desembainhando das costas duas espadas finas e compridas, visivelmente afiadas.

Um grande urso pardo caminhou para dentro da caverna, de pé, preparando-se para um ataque.

Alana e Sarah se posicionaram logo atrás de Dart, também com as armas em punho. Hevan, que estava mais ao fundo da caverna, optou por equipar-se mais uma vez com seu arco.

O urso urrou e avançou contra Dart, tentando lhe arranhar com a pata direita, mas o andarilho desviou do golpe com maestria e acertou as costas do animal com uma de suas espadas. Sarah também entrou na batalha, tentando ajudar Dart, e Alana se afastou para tentar surpreender o animal por trás. Hevan carregou seu arco e tentou mirar no urso, que se movia muito por conta da luta. Ele se concentrou e soltou a flecha, que zuniu em direção ao animalmas infelizmente apenas acertou de raspão a orelha de Sarah. Ela deu um pequeno grito, mais pelo susto do ataque não esperado do que pela dor que sentiu. O elfo sentiu-se frustrado por ainda não conseguir utilizar o arco de forma correta e pegou sua espada, correndo em direção à fera.

Alana tentou um ataque, mas o urso se virou e a acertou com a pata. Sarah mirou nas pernas do bicho e Dart girou as espadas em torno do próprio corpo, infringindo vários cortes pelo dorso do animal, que se tornava cada vez mais feroz ao sentir-se emboscado. Ele usou toda a sua força para derrubar os oponentes, empurrando-os com as patas dianteiras e com o peso do corpo. Sarah caiu para direita e Dart foi arremessado para o fundo, deixando apenas Alana por perto. O urso a agarrou e começou a dar um abraço forte, buscando esmagar a ladra. Ela tentava gritar, mas estava ficando sem ar, assim como havia acontecido na luta contra os escaravelhos. Hevan, para salvar sua companheira, aproveitou a distração do urso e infligiu um corte certeiro do lado direito, entre as costelas, fazendo a fera urrar de dor e cair desacordada.

— Obrigada, Hevan! — disse Alana após ser solta, ofegante e tossindo.

O elfo apenas acenou com a cabeça e, preocupado, foi ver Sarah.

— Desculpe-me pela flechada! Ainda não aprendi como lidar com o arco!

Sarah parecia nervosa, mas logo deu risada.

— Não se preocupe, foi apenas um susto! Acredito que ainda irá dominar o arco, pois está no seu sangue. Apenas tome mais cuidado da próxima vez!

Dart apenas riu da situação, provocando Hevan.

— Apesar de toda a habilidade com o arco, pelo menos o pequeno elfo derrubou o bicho! Enfim, melhor sairmos daqui, pois existem mais desses animais na mata!

Hevan, embora nervoso e disposto a discutir com Dart, sabia que o melhor a fazer era sair logo dali. Eles juntaram o que faltava para se arrumarem e abandonaram a caverna.

Durante boa parte da caminhada eles não conversaram. O elfo sentia-se desconfortável com a presença do sombrio andarilho, já que mal tinha conseguido ver o rosto — e os olhos — do homem. Sarah permanecia concentrada e Alana estava curiosa para saber mais de Dart, mas não tinha coragem de iniciar um diálogo. Em um determinado momento, quando a jovem estava mais próxima dele, o próprio Dart se encarregou de puxar assunto.

— Menina, faz parte de algum clã?

— Já participei de alguns, mas nunca tive vontade de me manter. Ainda estou em busca do que quero para minha vida.

— Posso ensinar-lhe alguns truques em outro momento, quando não estiverem com tanta pressa.

— Então você também é ladino?  —  perguntou ela, com um sorriso.

Dart acenou positivamente. Hevan, com aquele mesmo sentimento de proteção que sentira por Alana no dia que se conheceram, resolveu se intrometer.

— Não precisa se incomodar. Apenas nos mostre a saída e pode seguir seu caminho que nós seguiremos o nosso.

Alana não gostou da intromissão e encarou Hevan com semblante fechado e olhar perfurante, mas não disse nada. Hevan continuou olhando para frente e sequer notou a insatisfação da companheira de viagem.

Andaram por mais uma hora e meia até chegarem próximos à saída. Quando já estavam vendo a claridade e o campo verde da Planície de Arche, um grupo de cerca de oito soldados reais apareceu do meio das árvores, fechando o caminho em frente a eles. Ao ver a movimentação, Dart rapidamente se deslocou para dentro da mata e sumiu, sem deixar rastros.

– Alto! O que fazem aqui? É proibida a circulação pela Mata dos Ventos, sob pena de prisão no calabouço de Arche! – disse o comandante dos soldados. Todos trajavam uma armadura negra de placas de aço que trazia o brasão família Reichdall cravejada no peito.

Os três se perguntaram como o caminho poderia ser proibido se o próprio duque os enviou para lá. Hevan, contudo, resolveu tentar ser diplomático.

– Perdão, nobre soldado. Por solicitação do duque Martinus de Marts, devemos passar pela floresta e rumar para a capital de Arche, avisar sobre um ataque que ocorreu contra a cidade.

Durante a explicação, o elfo entregou a carta que o duque havia dado a eles. O comandante leu a carta, riu sarcasticamente e a rasgou.

– Prendam-os!

Sem entenderem o que estava acontecendo, Hevan, Sarah e Alana tentaram argumentar, sem sucesso. Mesmo lutando contra, eles foram subjugados pelos soldados.

...

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Até breve!

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⏰ Última atualização: Jan 26, 2020 ⏰

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