Capítulo 12

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Assim que acordo, verifico o meu celular e constato que não há nenhuma resposta do Valentín. Quero ficar chateada, mas não posso culpá-lo. Sigo com a minha rotina matinal e depois dela saio de casa em direção ao olho do furacão. Digo, trabalho. No momento, acredito que são sinônimos. Ou pelo menos é como enxergo as coisas.
Há carros, câmeras, gravadores, microfones e um montão de gente na porta do Diario 26. São necessários 3 seguranças para que eu consiga entrar na garagem de modo a não atropelar ninguém (embora talvez eu devesse). Quando finalmente chego à redação, todas as minhas funcionárias estão de pé, à minha espera. Todas exceto Paloma. Talvez ela esteja atrasada. Quando notam minha presença, começam a aplaudir. Acho estranho e fico incomodada por ser o centro das atenções, mas no momento, elas são minha base; meu suporte; é por elas que não posso desmoronar.
Agradeço com um sorriso, conversamos sobre a situação e, apesar de tudo, há boas notícias. Por causa de todo o escândalo, os acessos a nossas redes sociais aumentaram e nossa revista teve um número de vendas 15% maior que o esperado. É triste saber o que há por trás desses números, mas assim é o capitalismo.
Sigo para minha sala pensando em enviar uma mensagem para Paloma apenas para conferir se está tudo bem, mas não é preciso. Minha secretária está sentada na minha cadeira, esperando por mim. Sua fisionomia não é das melhores, então apenas respiro fundo e aguardo o que está por vir.
A princípio ela não diz nada. Fica me encarando de um modo desconcertante (e sexy). Sei que há problemas a caminho, mas não consigo controlar meu útero se retorcendo e minha calcinha umedecendo. Me recrimino mentalmente por isso. ELA É A SUA SECRETÁRIA, PORRA. E VOCÊ SABE QUE ISSO É ERRADO EM MILHÕES DE GRAUS DIFERENTES.
Esforço-me para manter meu rosto neutro, sem emoções. Mas não é como se eu não pudesse sair correndo para o banheiro e me tocar pensando nela. Quase consigo sentir meu dedos finos me proporcionando todo o prazer de que preciso e por um instante penso em como seria se fossem os dedos dela. Preciso morder minhas bochechas para não deixar escapar um gemido.
— Quando você pretendia me contar? — junto as sobrancelhas, sem entender sobre o que ela está falando. Minha confusão provavelmente fica evidente, pois logo em seguida ela joga um papel em cima da mesa. Aproximo-me para ver do que se trata e, quando obtenho sucesso, sei exatamente do que ela está falando.
Merda, merda, merda.
Não era para ela descobrir. Pelo menos não agora e não assim. Eu mesma estava esperando a oportunidade certa para poder contar e explicar, mas...
— Eu gostaria que você começasse a falar — ela está furiosa e eu percebo por como faz esforço para manter o tom de voz baixo. — AGORA!
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Sei que o capítulo é curtinho, mas ele foi escrito diretamente de Buenos Aires para vocês 💛 Vim para a terrinha da Nina (e do Nico e do Noah) para trabalhar e estou aproveitando para passear por aí com eles também! Se você não me segue no Instagram, me segue lá pra acompanhar um pouquinho disso tudo 😍 É ARROBA machadothati!

A propósito, façam suas apostas: que motivos tem a Paloma para ficar tão puta com a Marcela? Hmmmm

Rainha do Pouco CasoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora