🌹 XII || Revolt 🌹

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AVISO: Capítulo com conteúdo sensível.

Boa Leitura!

“A verdade nem sempre é a versão mais emocionante das coisas, ou a melhor, ou a pior. É algo no meio. Mas ela merece ser ouvida e lembrada.”

~ 13 Reasons Why

     Foi um final de semana diferente, ao menos para mim que contemplei a presença de diversos sentimentos que jamais imaginei que teria novamente em minha vida. Não é sempre que me sinto feliz e seguro ao mesmo tempo, e somente duas pessoas foram capazes de me proporcionar tal sensação desde que perdi parte de mim naquele acidente.

     Hoseok é como o irmão que nunca tive, cuida de mim bem melhor do que meu pai foi capaz de fazer nas últimas décadas de minha miserável existência. Jungkook é o desconhecido que me provocou novamente tais sensações, especialmente quando não se importou com tanto esforço para me provocar um sorriso.

     Eu só não contava que talvez aquele seria meu último.

     Chowon novamente libertou todos os seus demônios quando retornamos para casa, não permitiu que meu pai viesse saber como fiquei depois da viagem, isso porque fui tirado do carro aos prantos graças às terríveis dores que senti. Outra vez fui taxado de criança mimada, o elo frágil que sempre busca a atenção do alfa mesmo tendo mais de vinte anos.

     Queria concordar com meu padrasto, afinal minhas lágrimas não são por uma simples cólica, e sim dores que carrego desde que passei a aceitar o fato de que talvez tenha enterrado meu pai no mesmo dia que minha mãe se foi. É difícil aceitar que aos poucos eu o perdi para um ômega cheio de caprichos, especialmente notando o quanto o mais velho é manipulado e envenenado todos os dias.

     Não me arrependo da decisão que tomei quando aqueles comprimidos apareceram milagrosamente sobre minha mesa de cabeceira, em uma mente ferida e cansada de lutar, aquilo foi o sinal que precisava para abraçar a coragem. Acabei adormecendo logo após ingeri-los, a ponto de sequer perceber quando todo aquele coquetel de sedativos passou a fazer o efeito esperado.

     Meu corpo estava ali diante do desespero de Hoseok, a mente mesmo distante foi capaz de captar cada grito e lágrima. Houve um breve segundo de arrependimento, soube desde o início que meu amigo seria quem mais iria sofrer com minha partida, pois para meu pai essa é a melhor maneira de ter sua liberdade de volta.

     Sem ter ideia do que aconteceu depois que apaguei de vez, imaginei que não fosse enxergar nada além do infinito diante dos meus olhos quando voltei a abri-los. No entanto, me deparei com o mesmo teto acinzentado do hospital, e aos poucos a consciência encontrou o caminho de volta sendo guiada pelo monitor cardíaco e os demais equipamentos atados a mim.

     – Senhor Park, bem-vindo de volta. – disse um garoto parado em minha frente, me dando total atenção após checar os monitores que dispararam segundos antes. – Não se esforce, precisou passar por alguns procedimentos desagradáveis.

     – Eu... Eu não estou morto. – afirmei tendo apenas um acesso preocupado vindo dele. – Onde estou?

     – O senhor está em um leito semi-intensivo, onde passou as últimas trinta e seis horas inconsciente. – o enfermeiro explicou com cautela. – Sente algum desconforto?

     – Estou um pouco tonto e enjoado.

     – É normal diante de quadros clínicos semelhantes ao seu, em algumas horas esses sintomas irão passar. – respondeu checando meus sinais vitais. – Irei chamar a médica para te reavaliar, tudo bem? Você não vai ficar sozinho por tanto tempo, seu irmão já deve estar retornando para o quarto.

Reasons To Believe 🌹 JIKOOK ABOWhere stories live. Discover now