CAPÍTULO II

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Audrey Hepburn

Brigsfield, sábado 
(11 de Janeiro de 2060)

Falta poucas horas para a viagem e estou bem mais nervoso do que imaginava, ainda ontem recebi em meu lar um dos Sentinelas, ele trouxe consigo uma nova identidade e na observação está escrito que sou homossexual.

Ele avisou também que não era necessário levar nada comigo pois tudo seria dado para nós pelo atual governo e deixou claro que era proibido qualquer meio de comunicação móvel na cidade.

Indaguei a ele o porquê desta regra já que ela não havia sido incluída na carta e ele me respondeu que se tratava de uma nova ferramenta para evitar qualquer tipo de ofensas vindo do lado de fora.

No entanto, foi olhando em seus olhos que confirmei as minhas suspeitas, ele não soube esconder a mentira em seu olhar e tampouco a frieza presente em sua voz, a sensação de esperança se esvaiu assim que a porta foi aberta para que aquele homem saísse da minha humilde residência.

Confesso que meu coração teme o pior e se eu pudesse evitar o inevitável — que é ir para essa cidade — faria, no entanto, desertores são considerados a pior raça e a última coisa que quero é ser caçado pelo governo.

Tragam morto ou vivo — é o que eles sempre dizem quando alguém deserta.

Pego minhas malas que antes se encontravam no chão, ao lado da porta, abro as duas e retiro de lá somente os objetos de valores sentimentais que não são muitos.

Em seguida vou até o armário, pego minha mochila velha que sempre usava para trabalhar e guardo os objetos dentro, ao menos, eles deixaram a gente passar com os objetos sentimentais, pelo menos, eu espero que sim.

Meu celular toca sobre a cômoda de madeira e na tela surge o nome do meu namorado, Harriet, admito que ver ele acordado a essa hora da manhã é algo novo.

Digo isso porque até mesmo quando trabalhávamos no teatro ele não conseguia chegar no horário correto um dia se quer.

— Bom dia meu raio de sol — ele diz do outro lado da linha — Imaginei que já estivesse acordado e por isso resolvi ligar, está ansioso para a viagem?

— Não tanto quanto você, na verdade, como é que você consegue ficar feliz sabendo que estão nos obrigando a sair da cidade por conta do gênero que nos relacionamos? — em meu tom de voz é possível identificar incredulidade.

— Querido, relaxa, você acha mesmo que eles são tão ruins assim? — pergunta ele e em seguida escuto uma gargalhada — Deixa de ser tão conspiratório e aceite esse agrado, eles estão nos dando a chance de viver na paz que sempre desejamos.

— Acorda para a vida Harriet, eles estão nos isolando e sabe por que? Porque isolados a gente não consegue  denunciar — ele suspirou do outro lado da linha — Deixa de ser inocente, é óbvio que somente os Sentinelas ou os chefes de estado podem entrar em Nova, você acha que eles são bons o suficiente para gastar milhares de dólares em uma cidade que no final nos dará uma vida melhor? Bom, se você realmente acredita, com certeza, é um abestalhado.

— Eu não vou discutir com você meu querido raio de sol, vou passar para te buscar daqui a pouco, esteja pronto. — Harriet desliga sem me dar a chance de tentar abrir seus olhos que estão vendados pelas ilusões e falsas promessas do atual governo.

Sempre soube que meu futuro marido, Harriet Burgsman, era um bobinho, mas nunca imaginei que ele fosse tão inocente a esse ponto, Duran Cobain jamais gastaria milhões com o planejamento de uma cidade que ninguém jamais viu antes — exceto pelos trabalhadores.

Sempre soube que meu futuro marido, Harriet Burgsman, era um bobinho, mas nunca imaginei que ele fosse tão inocente a esse ponto, Duran Cobain jamais gastaria milhões com o planejamento de uma cidade que ninguém jamais viu antes — exceto pelos tra...

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609 palavras

Histórico de revisões
-                  07.12.2022
-                  27.12.2022

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