CAPÍTULO IV

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Alguns dias antes...

Hector Ramírez.

Brigsfield, quinta-feira
(07 de Janeiro de 2060)

Quando houve o escândalo da corrupção mesmo sem provas concretas às pessoas começaram a enaltecer o atual presidente como se ele fosse um Deus.

Lembro como se fosse ontem quando saí do meu país para viver aqui, sou natural de El Salvador, atuei como militar na luta contra o tráfico de drogas local e larguei toda uma carreira para tentar a sorte grande em Brigsfield.

Embora os empregos fossem ótimos e muito bem remunerados, a economia do país nunca se estabilizou, tinha ano que estava no auge e ano que estava abaixo da linha da pobreza.

E depois de quatro anos de instabilidade econômica veio o período eleitoral, Manolo era o favorito do povo desde o começo e nas pesquisas a diferença percentual era imensa.

No entanto, um escândalo foi divulgado pela imprensa, uma fonte alegava que a instabilidade do país se dava pelo fato de que Manolo Ezequiel desviava milhares de dólares dos cofres públicos para bancar sua vida luxuosa.

Nesse período, Duran se tornou o favorito do povo e embora seu partido fosse totalmente contra a Democracia, a verdade é que as pessoas acreditavam que ele seria uma espécie de revolucionário político.

Manolo mesmo perdendo a luta não desistiu da batalha e nos debates sempre se dava bem abordando assuntos que favoreciam a população em geral.

No entanto, o candidato do Partido Patriota foi eleito no segundo turno depois de receber sessenta por cento dos votos.

Foi nesse momento que minha vida se tornou um verdadeiro caos.

Com Duran no poder houve o aumento das horas de trabalho e a redução do salário.

Confesso que quis retornar para El Salvador mesmo sabendo que as condições de lá continuava a mesma que antes, as gangues locais é quem manda na cidade e nós, os militares, servimos como alvos.

Mesmo com todos os problemas era bem melhor viver lá do que aqui nos tempos de Ditadura.

Acontece que antes do ditador, trabalhava oito horas por dia, pegava plantões — uma coisa bastante convencional no ramo policial — cerca de duas ou três vezes na semana para receber dois mil dólares no final do mês.

Depois que Duran assumiu passei a trabalhar doze horas por dia com plantões ocorrendo cinco vezes na semana o que fazia com que as horas aumentassem de doze para vinte e quatro horas e trabalhar exausto era um inferno.

No entanto, não tínhamos escolha porque se não fossemos trabalhar perderíamos o emprego e se com quinhentos já era ruim para se manter, imagina sem eles.

O pior é que ele ainda não estava satisfeito então criou os Sentinelas, o atual órgão responsável pela segurança do país e principalmente da capital onde vive Duran com sua família em um bunker abaixo da antiga sede do presidente.

Com eles, os policiais que não eram perfeitos foram dispensados e acredite, mesmo possuindo cidadania fui considerado imperfeito por não ter nascido no país.

Eles disseram que a minha aparência denunciava a minha naturalidade e que de nada servia um homem que não fosse de sangue puro.

Meu antigo capitão fez questão de ressaltar o quanto eu seria ótimo no serviço braçal devido ao meu porte físico e fui realocado a pedido dele.

Deixei de servir na polícia para servir na construção da cidade, sendo um dos primeiros a compreender o que ocorreria naquele macabro lugar e hoje, algumas semanas após o fim da construção, chegou o meu convite para viver naquele inferno.

Deixei de servir na polícia para servir na construção da cidade, sendo um dos primeiros a compreender o que ocorreria naquele macabro lugar e hoje, algumas semanas após o fim da construção, chegou o meu convite para viver naquele inferno

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582 palavras

Histórico de revisões
- 07.12.2022
- 27.12.2022

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