CAPÍTULO VII

14 6 0
                                    

Desconhecida

Nova
(16 de Setembro de 2060)

A barriga começou a crescer com o passar dos meses e com isso às perguntas indelicadas começaram a surgir, algumas pessoas com quem fizemos amizade se afastaram e outras indagavam, curiosas, sobre quem era o pai do neném.

Uma coisa eu sei, esse ser indefeso crescendo dentro de mim não tem culpa da monstruosidade que seu pai foi capaz de fazer, àquele homem arrancou a minha inocência e acredito que Deus escutou minhas preces ao me enviar esse pequeno anjo pois assim teria um motivo para permanecer neste plano.

— O que você acha que é, menino ou menina? — indaga minha mãe, fazendo com que eu retorne a realidade.

— Tenho certeza que é um menino. — meu pai diz com um sorriso no rosto.

— E eu uma menina, quer dizer, olha a barriga dela, está muito parecida com a minha quando estava no final da minha gestação. — diz mamãe.

— Também acho que é um menino. — digo após alisar minha barriga e sentir um chute.

Dois socos na porta atraíram a nossa atenção, talvez se tratasse de uma vistoria surpresa, desde que alguns bilhetes contra o governo de Duran Cobain começaram a surgir por toda a cidade, as vistorias se tornaram ainda mais frequentes porque todos queriam pegar o traidor.

A cabeça dessa pessoa estava a prêmio na cidade, valia entorno de cinco mil, óbvio que somente os Sentinelas poderiam caçar quem quer que estivesse por trás desta confusão e mesmo com a minha intuição gritando cuidado, fui até a porta atender.

A barriga de oito meses já estava evidente, não tinha superado o que passei mais tentaria no mínimo me curar, queria ser a melhor mãe para o meu bebê e faria o necessário para cumprir tal promessa.

No entanto, assim que abri a porta e me deparei com àquele homem, meu corpo gelou, os pêlos arrepiaram e meu corpo tremeu involuntariamente dos pés a cabeça.

Era ele, bem ali, diante de mim, o meu algoz observava a minha barriga enquanto que sorria de canto, como se aquilo fosse uma conquista e tanto para ele.

— Olha só quem encontrei por aqui — ele diz ainda sorrindo e automaticamente abaixo minha cabeça nervosa. — Ficou ainda mais gostosa grávida — o homem comenta em um sussuro.

— O que faz aqui? — minha pergunta quase não saí devido ao nervosismo.

Ele pede para que seus subordinados aguardem do lado de fora antes de finalmente entrar e depois de fechar a porta atrás de si, ele me empurra para o lado e vai até meus pais.

— Não costumam oferecer nada para uma visita? — indaga o homem, estou com nojo e revoltada com a sua audácia de vir até a minha casa depois de tudo o que me fez.

— O que pensa que está fazendo? Você não pode chegar aqui assim e tampouco se considerar uma visita depois de tudo o que me fez. — meu sangue ferve, estou irritada com toda essa situação.

— Minha filha, pelo amor de deus, fique quieta.— mamãe diz receosa, dava para ver o medo em seus olhos.

— Deixe ela desabafar, diga mais, diga tudo o que quiser sua vagabunda. — ele rir.

— Você é um lixo, um lixo, como pôde fazer àquilo comigo e depois aparecer na minha casa?!  — grito e de volta recebo um tapa na cara.

— Fala baixo negrinha, não é só porque que você carrega meu filho nesse ventre imundo que vou deixar você falar como quiser, ainda sou um perfeito enquanto que você, além de violada é uma preta imperfeita e imunda. — cuspo em sua cara, o homem retira um lenço de cetim do bolso e limpa a pequena concentração de saliva ali presente — Se continuar levarei todos presos, reprodução na cidade é considerado crime, a sua sorte é que o bebê é meu.

— Do que ele está falando? — indaga a minha mãe, olho para meu pai que prontamente entende o recado.

— Conversaremos sobre isso depois minha querida, e você senhor, deseja algo? — pergunta meu pai mesmo a contra gosto.

— Não, na verdade, só vim ver como está meu filho e pelo visto, ele não vai demorar muito para chegar ao mundo. — diz ele. — Em breve retornarei, até logo.

Ele sai da casa levando o resto da minha energia, meus olhos começam a arder, as lágrimas descem, estou me sentindo sufocada, andando para trás me encosto na parede e logo depois sinto minha visão escurecer.

Ele sai da casa levando o resto da minha energia, meus olhos começam a arder, as lágrimas descem, estou me sentindo sufocada, andando para trás me encosto na parede e logo depois sinto minha visão escurecer

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

O que vocês acham que vai acontecer? E a desconhecida, vocês já imaginaram qual será o papel dela nessa luta?

NOVA: A CIDADE DOS IMPERFEITOS.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora