Capítulo 38

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Amélia on:

Fazia uma hora que Aleksander tinha atravessado para longe.

Uma hora lenta e torturante, em que não consegui fazer nada além de me sentar na cama do quarto dele e pensar no que vi.

As cicatrizes...

Marcavam toda a extensão das costas dele e por mais que eu me neguei a pensar demais, por mais que eu tente me controlar porquê não é da minha conta, eu não consigo.

Quem foi capaz de fazer aquilo?

Aleksander é o criador.

Ele é o ser mais forte que eu já vi.

Como alguém conseguiu machuca-lo e como ficaram cicatrizes?

Eu vi Cassian atravessar uma lâmina no ombro dele e ele se curou em segundos.

Como essas cicatrizes...

Fecho os olhos.

Eu não deveria pensar nisso.

Deveria pensar em Aleksander.

Ele tinha atravessado ao ver o horror em meus olhos.

Ele interpretou de forma errada e fugiu, não suportou o que viu em minha expressão.

Será que ele achou que eu senti nojo?

Não importa.

Eu vou esperar por ele aqui.

Uma hora ele voltará.

Me levantei, indo até o guarda-roupa e pegando uma camisa social branca.

Eu não sei se ele vai ficar satisfeito ao voltar e me ver com uma camisa sua, mas essa é a menor das minhas preocupações no momento.

Então eu vesti a camiseta, que ficou mais para um vestido, quase alcançando meus joelhos.

O cheiro dele, aquele forte e viciante, estava impregnado na camisa e eu encostei o nariz no tecido.

Inspirei, sentindo aquele aroma forte e viciante.

Me deitei na cama, mas não demorou para meus pensamentos se voltarem para Aleksander.

Eu não saí daquele quarto pelo resto da noite e quando menos esperei, o sono me alcançou e eu me entreguei a ele.

Sonho on:

Eu estava em uma sala, notei isso porque a pouca luz que entrava no local, me permitia ver as paredes, sem janelas ou porta.

É estranho, mas não foi isso que me fez ficar tensa.

Ouvi um gemido baixo e doloroso, o som é familiar, meu corpo tensiona imediatamente.

Me assusto quando tochas se acendem, dando luz a sala.

E novamente ouço o gemido de dor.

Meus olhos são atraídos para uma das paredes, alguém estava preso.

Meus olhos se arregalaram e dei um passo para trás instantâneamente.

Eu conhecia os cabelos brancos, assim como conhecia o corpo preso àquelas paredes.

Aleksander...

Tentei me aproximar, mas meus pés pareciam chumbo no chão e eu não consegui fazer nada além de observar com horror o seu estado.

Correntes prendiam partes de seu corpo.

Seus pulsos estavam esticados para o lado, os braços abertos, tinham correntes em seu pescoço também, assim como em seu tronco.

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