Capítulo 73

372 46 114
                                    

Autora on:

O sangue pingava repetidamente no chão, causando um barulhinho irritante aos ouvidos do macho.

Apesar de suas asas machucadas, nada era pior do que o ferimento em sua coxa.

Ele sentia a dor em todo o seu corpo, por mais que tentasse ficar quieto, a flecha cravada em sua perna latejava constantemente e a dor se espalhava por seu corpo a cada respiração.

Uma semana.

Estava ali há uma semana, sabia disso porquê acordou assim que prenderam suas asas na parede.

Ele gritou, mesmo com a dor da flecha que ainda estava cravada em suas costas, Aleksander gritou como nunca tinha feito antes.

E ele odiou ter que fazer isso.

Odiou demonstrar fraqueza, odiou ver a satisfação nos olhos daqueles feéricos malditos.

Mas, por mais dor que sentisse, ele também se sentia aliviado.

Aliviado por Kieran não ter sido pego, por estar bem.

Por Amélia não ter se machucado.

Isso era o mais importante para Aleksander.

Ele não se importava com a dor que sentia, nem com o fato de que poderia passar muito tempo preso ali.

Ele só podia sentir alivio por estar ali, ao invés deles, seu amigo e sua parceira.

Ele aguentava, Aleksander não iria morrer, sabia disso, mas Kieran e Amélia morreriam.

E ele não suportaria perder nenhum dos dois.

Ele ergueu a cabeça, tentando enxergar um palmo a sua frente, mas a perda de sangue o deixou fraco.

Ele não comia ou bebia há uma semana, por sorte seu corpo era naturalmente resistente, ou sequer estaria acordado.

A porta da cela rangeu, se abrindo.

O macho ergueu a cabeça, forçando os olhos para enxergar quem quer que tivesse entrado.

Mas só conseguiu distinguir uma sombra se movendo em sua direção, lentamente.

- Você não parece tão mortal agora - a voz de Amren chegou aos seus ouvidos.

Aleksander puxou uma respiração entrecortada, raiva em cada respiração.

- Maldita besta demoníaca - Sua voz saiu baixa e rouca.

- Não sabe a satisfação que é ver você assim - ela murmura, agora de tão perto, ele consegue ver seu rosto.

Amren estava há menos de um metro dele.

E o macho ergueu a cabeça, encarando-a com um ódio tão intenso, que ela sentiu seu coração acelerar, mesmo que ele estivesse preso.

- Sentirei satisfação quando rasgar sua garganta - ele murmura, mostrando os dentes.

Amren sorri.
- Não fará isso do fundo mar - é o que sibila.

Surpresa nubla os olhos dele, o macho congela totalmente.

Aleksander a encara por longos segundos, ainda surpreso pelas palavras dela, como se não pudesse acreditar.

Mas Amren estala os dedos, algo entra na sala.

Um caixão, de aço.

Sendo carregado por dois illyrianos.

- Só trouxe para mostrar a você, gostaria que aprovasse - ela diz baixinho.

O Vilão Onde as histórias ganham vida. Descobre agora