16 - Três semanas e meia

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      Três semanas e meia, prédio da JYP.

         — Ei vocês viram quem tá na televisão? — O maquiador ligou a televisão do camarim e todos comemoraram, exceto Seungmin que petrificou — Ela tá linda!

        — Maravilhosa, que orgulho!

         Na manchete do dia "Inauguração da ONG KSM para crianças perdidas - Fundadora Brasileira aparece pela primeira vez"

          Os olhos de Seungmin se encheram de lágrimas ao perceber todas as mensagens  no nome da ong (KSM - Kim Seung Min / Crianças Persidas - Stray Kids).

        Na tela a ex namorada com um sorriso lindo no rosto, explicando com calma cada detalhe da ONG que havia montado junto ao orfanato e ele não pode deixar de notar que a garota levava em seu pescoço o colar que ele havia dado e em seu dedo anelas a aliança de namoro.

           Ele sorriu e deixou algumas lágrimas escorrerem mas limpou rapidamente quando sentiu Changbin acariciar suas costas.

          — Tudo bem? — Indagou, Seungmin fez que sim mas não desviou o olhar da televisão — Sabia disso? Da ONG?

           — Sabia... ela parece bem, não é...?

            Samy saiu de trás do palanque e pegou uma tesoura junto a mais algumas mulheres para cortar a fita de inauguração.

          — Parece...

          De repente, Seungmin sentiu o sangue correr mais rápido pelo corpo quando viu Sangyi se aproximar e abraçar a garota comemorando.

          — Mas que... — fechou os punhos e todos os meninos o olharam — QUE PORRA É ESSA!?

           — Seungmin...

           — Quem é esse?! — Empurrou Changbin — Quem é esse filho da puta?!

          — Seungmin, para! — Bangchan o segurou forte chamando sua atenção — É o segurança da JYP, não é nada demais.

          Empurrou Bangchan e saiu da sala respirando pesado, o garoto ignorou todos a sua frente e rumou até o telhado da empresa porém, assim que passou pela porta deu de cara com Samy.

        Totalmente diferente do que estava na televisão, usava uma calça preta e um moletom largo, tinha o cabelo preso em um coque e as olheiras fundas. O coração dos dois palpitou e por um tempo não conseguiram dizer nada.

         — Vi você na televisão, agora...

         — O programa foi gravado, a inauguração foi de manhã... — respondeu direta e desviou o olhar dele para o chão — Pode me dar licen...

          — Parabéns... — interrompeu, Samy o fitou surpresa — Sei que vai ajudar muitas crianças com a ONG e o orfanato.

             — Obrigada...

           O silêncio constrangedor voltou, o tipo de silêncio que eles nunca tiveram e que os machucou tanto agora. Seungmin queria abraçá-la, queria fazê-la dormir bem e mesmo sem falar com ela sabia que estava com insônia de novo. Samy queria abraçá-lo, queria sentir seu perfume e ganhar o carinho no topo da cabeça mas sempre que pensava nisso lembrava das palavras dele.

             — Eu queria pedir desculpas pra você, Samy...

              — Não precisamos disso, acho que você já disse tudo o que queria dizer naquele dia.

             — Samy, você tá bem?

          A garota riu de canto como se não estivesse acreditando e cruzou os braços, por um momento Seungmin ficou feliz pois sentiu que ela finalmente ia se abrir.

             — Colocaram um segurança atrás de mim pra me impedir de me matar, o que você acha?

           Então Seungmin descobriu ali que ela havia descoberto sobre o segurança e que ele havia mentido sobre o porque estava com ele.

             — Você quer conversar comigo? Quer falar alguma coisa? Eu te conheço, sei que vai ficar guardando tudo pra você e...

              Ela riu mais uma vez e Seungmin ficou quieto.

             — O que quer ouvir de mim, Seungmin? Quer que eu me ajoelhe e chore nos seus pés? Que me jogue no chão e diga que sinto sua falta que não sei viver sem você? Me desculpa mas eu sei que sou boa o suficiente pra não me humilhar...

          — Eu não...

         — Você veio até o telhado pra que?

         — Eu...

          — FALA LOGO!

           Os olhos da garota marejaram e Seungmin pode ver suas mãos tremendo, pensou em contar a verdade mas ao julgar pelo estado dela dizer que não aguentou vê-la abraçar outro homem não era o certo.

            — Esse é o único lugar que o Sangyi não me encontra, é o único lugar que eu consigo sentar e respirar, o único lugar que eu consigo desligar a minha mente... — Samy começou a falar e sem perceber começou a chorar também, foi a primeira vez desde o término que ela chorou — O único lugar nessa maldita empresa em que eu olho pro lado e não vejo uma foto do único homem que eu amei na vida então por favor, não suba mais aqui — Ela soluçou entre as palavras e respirou fundo — Não apareça aqui me perguntando se estou bem e se quero conversar por que eu não estou... — as últimas palavras saíram com dor e Samy se ajoelhou no chão abraçando os próprios joelhos, ela deixou as lágrimas caírem e alguns gritos de dor escaparem.

       Seungmin despertou do próprio transe e quando deu um passo a frente para abraçá-la a porta atrás deles se abriu, o segurança estava lá.

          Ele olhou para Seungmin e depois olhou para Samy e sem pensar duas vezes correu para ela. Ele a abraçou de lado e acariciou seu braço falando baixinho com ela. Seungmin continuou petrificado, era um misto de sentimentos que nem mesmo o melhor professor conseguiria explicar.

             — Consegue levantar? — Sangyi indagou com calma e ajudou Samy a se levantar — Está tudo bem, vou te levar pra casa agora, ok? — ele a virou e limpou seu rosto com a manga da jaqueta que usava, Seungmin assistiu tudo de longe com o coração apertado — Vamos lá...
            Samy não levantou o rosto para se despedir, ela foi guiada por Sangyi que a abraçava de lado e que foi o único que se despediu de Seungmin ao sair do telhado.

      (...)

autora on!

Olá meus amores, como estão?

Queria avisar para acalmarem os corações pois o sofrimento está quase chegando ao fim, vocês podem ficar tranquiles que logo tudo volta ao normal, ok?

        

Cover Me 2: MemoriesWhere stories live. Discover now