Capítulo 16 - Inevitável

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Pov Ardena

O príncipe estava apenas de calça jeans.

- Desculpe se atrapalhei alguma coisa! - disse voltando rumo a janela.

- Dhyego espera! - o chamei me levantando da cama.

- Não Ardena! Se quer se iludir outra vez fica a seu critério.

- Não fala assim - ele parecia desapontado.

- Você sabe não sabe?!

- Sei!

- Ele irá lhe abandonar de novo. Irá lhe iludir e depois inventará uma forma de brigar com você para dar fim a relação.

- Isso não é verdade! - Asher estava nervoso.

- Por favor Asher! - foi quase um pedido de silêncio.

Ele pareceu me entender.

- Vá em frente Ardena, tente de novo, por que tentar é sempre uma opção não é mesmo?! Só que você se esquece muito rápido as coisas que ele faz, dos erros que ele comete.

- Do que está falando Dhyego?

- Você se lembra disso? - ele levantou a blusa e se virou.

Dei um passo a frente atônita, levei minhas mãos as marcas como se lembrasse de cada dor causada pelo bastão elétrico.

As marcas de queimaduras, me veio a mente o dia da punição.

- Você também as têm Ardena! - Asher se aproximou tenso.

- Eu me lembro desse dia, das chibatadas e da dor de cada uma delas.

Ele desceu a blusa e buscou no banheiro um espelho.

O Príncipe permanecia imóvel.

O espelho foi colocado a minha frente sustentado por Dhyego.

- Vire-se - levantei a blusa e me virei um pouco.

Lá estavam elas, enfeitando minhas costas por inteiro.

Asher caminhou até a janela e manteve o olhar através dela.

Sabia que para ele era tão doloroso quanto para mim.

- Eu devia ter impedido, se não fosse por mim não estaríamos aqui - ele falou com peso na voz.

- É bom que saiba! Foi por sua culpa que Ardena quase morreu e nos deixou desolados por cinco meses - disse e saiu pela porta.

Asher continuou com as mãos aos bolsos e o olhar distante.

Levei o espelho a parede ao canto e caminhei em direção a Asher.

Encostei a cabeça em seu braço direito e permaneci ali até que ele se moveu.

Seus braços me rodearam e me pressionaram contra seu corpo. Meu rosto ficou enterrado em seu peito.

Ele colocou seu queixo sobre meus cabelos e respirou fundo.

- Me perdoa por tudo que lhe fiz. Eu queria ter a impedido, mas temia a reação das pessoas. Eu nunca devia ter permitido. Eu fui um covarde - ele me apertou mais.

- Não fique assim. Você fez o que tinha que fazer, eu faria o mesmo - estava tentando o consolar.

Asher poderia ser forte por fora, mas era extremamente frágil por dentro. No fundo ele se culpava pelo acidente do pai, pelas brigas com os irmãos, pelo abandono de Dakota e principalmente por ter me levado a adormecer meses.

Lua Imortal - Sangue de Prata 《2° Livro》Where stories live. Discover now