Lua Imortal - Sangue de Prata 《2° Livro》

Capítulo 32 - Parte 2

Eu me perguntava até quando isso seria assim. Estava cansado de desistir de minhas lembranças, mas era inevitável, as bruxas almejavam demais o poder para que entendessem que estavam brincando com o destino de duas pessoas.

Esquecer era o melhor remédio, tinha que dizer, eu não consegueria ficar com ela sabendo que havia causado a morte de seus pais, e o mesmo não aconteceria se ela soubesse da verdade.

Meses depois as memórias recentes foram apagadas, levadas pelo vento como folhas soltas.

Tudo estava em seu devido lugar, até que Ardena entrou em coma.

A partir daí tudo desmoronou...

" - Asher! - minha mãe gritou vindo até mim.

Eu estava jogado no chão em frente a um bar qualquer.

- Mãe, o que devo a honra de sua visita - brinquei ainda bêbedo.

- Asher, meu filho - lamentou olhando-me nos olhos.

- Miranda, minha mãe - a imitei.

- Peguem-o e o coloquem no carro - exigiu a Rainha aos seguranças.

Eles me levantaram e pude observar que havia pessoas no bar, para elas eu era apenas mais um bêbado, minha mãe estava com roupas simples, provavelmente para não chamar atenção.

Eles me colocaram no carro e senti um corpo se sentar ao lado.

- Meu filho, o que está acontecendo com você?! Eu sei que Ardena está em coma, mas ela não está morta. Você me pediu um mês, e olha no que deu?! Eu te encontro sempre bêbado jogado no chão de um bar, ela não gostaria de te ver assim.

- Ela não vai ver nada, porque ela está em coma - falei me aconchegando em seu ombro.

Aquilo tudo era forte demais, Ardena era importante para mim.

Era tudo doloroso demais.

O meu corpo se apagou naquele banco, e só foi incomodado quando os soldados me arrastaram.

- Ele bebeu de novo? - a voz de Dakota soou alto em meus ouvidos. Tentei abrir os olhos, mas foi impossível.

- Sim, o encontrei no chão de uma calçada - eu sentia a dor em sua voz.

- Eu quero ver quando ela acordar, farei questão de contar a ela - eu senti meu corpo então em combustão, meus sentidos bloquearam o efeito do álcool.

Me ergui e abri meus olhos e encarei Dakota que tinha os olhos arregalados.

Dei um passo rápido e ameaçador em sua direção.

- Saiam daqui - ordenei aos soldados que rapidamente se retiraram.

- Asher... - minha mãe ia dizer alguma coisa, mas levantei a mão para ela silenciar-se.

- Olha aqui, irmãzinha, você não vai falar nada para ninguém, porque os meus problemas resolvo eu. E acho bom você ficar de boca fechada - ameacei.

- Asher, você acha que manda em mim, mas está enganad... - olhei no fundo de seus olhos.

Dakota estava maior do que me lembrava. Parecia estar com seus doze anos.

- Eu não acho, eu realmente mando. E até hoje eu só conheci alguém que ousou ter a coragem de me enfrentar...

- E agora ela está em coma. Talvez comigo você seja menos piedoso - um estalo inundou o lugar e o silêncio reinou.