Lua Imortal - Sangue de Prata 《2° Livro》

Capítulo 33 - Princesa!

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♚ Pov Ardena ♚

Abri meus olhos durante todas aquelas lembranças, o dia estava claro, assim como eu o deixei antes de receber as memórias.

E o que eu sentia?

A ficha ainda não havia caído. Eu processava cada memória detalhadamente.

O olhar de Dakota mostrava seu medo em relação a minha reação.

- Eu não sei o... - o tapa em seu rosto a fez calar.

Minha respiração começou a se tornar irregular, o ódio me consumia aos poucos. Dakota apenas abaixou a cabeça segurando seu rosto avermelhado. Me levantei calmamente e me recompus respirando bem fundo. Em passos curtos e precisos eu me levei a caminhar. Alguém naquela aldeia pagaria muito caro.

Quanto mais próximo eu chegava de meu destino, mais eu sentia minhas pernas fraquejarem. Eu queria um mundo melhor, a chance de um futuro digno e um passado esquecido. Mas obviamente isso eu não teria, pelo menos, não com esses que se chamavam de família e amigos. Eu estava na entrada da floresta entre a verdade e a mentira. Nem todos sabiam que eu havia descoberto os segredos escondidos daqueles ali presentes. Meu olhar procurou um jovem de cabelos loiros pelo campo, e eles o encontraram.

Asher estava sem camisa lutando contra um dos rapazes da aldeia.

Eu nunca havia reparado em suas tatuagens, ele estava coberto delas. Algumas ali eu desconfiava que ele tivera antes. Havia apenas um delas que eu reconhecia. A que estava em seu peito, era o símbolo dos Vinaruins. Havia um lobo em seu ombro esquerdo, uma tribal no outro, em suas costelas haviam três marcas de garras, e em seu braço direito duas faixas que cobriam em torno do braço.

Eram muitas tatuagens, parecia ter aparecido mais.

Quando derrubou seu oponente em um só golpe, a estaca que estava em sua mão voou para perto de mim e ele se virou em minha direção focado na luta. Mas algo o distraiu e ele finalmente me encontrou.

Eu conseguia escutar seu coração, eram batidas aceleradas e pesadas. Eu duvidara que o meu não estivesse da mesma maneira.

Mas provavelmente não estaria, o meu coração estava cansado de ser ferido e nunca ter tempo para ser curado.

Ele caminhou em minha direção com os músculos rígidos deixando a luta de lado.

Eu não vou me desesperar como uma garotinha de cinco anos - disse a mim mesma.

Ele estava a cerca de dois metros em relação a mim quando parou. seus olhos verdes tentaram me dizer algo, mas tudo mudou, em um segundo eu estava calma sobre meus pés e noutro eu estava pulando sobre Asher.

Eu caí sobre ele e o mesmo não reagiu. Eu comecei a dar socos eu seu rosto, havia perdido o total controle.

O machucava mais a cada vez que minha mão entrava em choque com o seu rosto, minha força não era natural e a forma como Asher reagia me deixava ainda mais nervosa.

Ele se mantinha imóvel, apenas encarava os meus olhos enquanto eu me descontrolava sobre ele.

Sua boca, seu olho, seu maxilar, seu rosto em si estava marcado por mim, em todos os lugares, mas aquilo não me fazia sentir melhor. Parei com os movimentos pois não me levaria a nada, e então meu olhar encontrou o seu.

- Eu só queria que soubesse o que fiz foi por você - ele disse levantando metade do corpo com os olhos rumo aos meus, parecendo estar sendo sincero e ignorando qualquer tipo de dor que poderia sentir.