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Não sei como começar. Mas eu sinto a necessidade de escrever cada minuto que se passou antes de chegar aqui. É realmente tudo muito escuro, e esse escuro me rodeia com tantas memórias as quais eu me recurso a esquecer. Não quero que elas desapareçam entre os meus lapsos e pensamentos ruins que me rodeiam desde sempre.
O que eu quero dizer, amigo, é que eu consigo ver o que irá acontecer de ruim com você nos próximos segundos, minutos ou anos. Uma vez, pude ver que uma abelha iria picar uma criança no parque de Silversland. A abracei forte e em segundos, uma abelha me picou no pescoço e fiquei dias no hospital por ser alérgico.
Parece legal, não é? Mas não é.
De repente, a minha vida estava cercada de coisas negativas as quais eu não conseguiria abraçar e livrá-las do perigo. A minha vida passou a ser pessoas batendo na minha porta a procura de salvação. Fiquei preso em uma maldição e não pude escapar. Porém, isso não fora o melhor de mim e muito menos é. Ainda estou aqui e quero me lembrar das coisas boas quando tudo parecer mais tenebroso que parece.
Me lembro do primeiro dia que eu o vi. Amigo – você que por acaso me achar – Louis era o nome dele. Eu tinha 10 anos de idade quando o observava estender as roupas no quintal. Posso lembrar cada detalhe do seu pequeno corpo, rosto e mãos. Consigo lembrar a cor dos seus olhos azuis, às vezes, inundados por lágrimas. Mas Louis era feliz. Ele tinha uma voz estridente, um sorrindo alto e uma personalidade viva. Cada pedaço dele era impecavelmente original. Louis fora, de longe, um dos melhores amigos por toda a minha infância e fora, sem dúvida, o melhor amante.
Mas antes que eu descreva o que aconteceu, queria dizer que tudo que eu fiz foi por medo de perdê-lo. Eu amava cada pedaço do Louis como se eu não existisse na terra. Eu o amava, por que com ele, não existia pensamentos negativos ou não existia coisas ruins, só existia eu e ele, numa cachoeira distante e o seu corpo junto ao meu.
