Capítulo 7

342 29 6
                                    

Zac desceu do carro e viu Angie sentada na varanda. Ela tentou se endireitar e agir naturalmente assim que viu o amigo se aproximar.

_ Angie!

_ Oi... – sua voz falhou, independentemente dos esforços.

_ Angie, o que foi que aconteceu com você? Você saiu quase foragida do shopping.

Ela riu, meio nervosa, meio triste.

_ Nada... Nada demais. Quem veio te trazer? E a Mel?

_ Os pais dela foram pegá-la. Quem veio me trazer foi o Isaac e o Alex. Eles vão sair, sei lá pra onde.

_ Ahn... E o... Enfim, deixa pra lá! – ela sorriu sem graça.

Zac sentou-se do lado dela.

_ Ele foi levar a Tamara em casa...

_ Ah... – ela ficou olhando pra frente.

Zac passou a mão delicadamente nos cabelos dela.

_ Não é nada sério entre eles, Angie.

_ Oi? Do que você tá falando?

_ Angie, quantas vezes eu vou ter que falar que você não sabe ser cínica? – ele parou olhando pra ela.

_ Não estou sendo cínica...

De fato, ela não sabia mentir. Muito menos para Zac. Muitas vezes ele já a havia pegado em estado parecido. Ela sempre tentou esconder os motivos, mas todas as vezes ficava com a sensação de que não havia sido convincente. Com Taylor era mais fácil disfarçar, ele sempre foi meio tapadinho. Zac não.

Ele ficou a olhar para ela com aqueles olhos carinhosos e confidentes, só esperando ela começar a contar, mas ela não parecia querer se abrir.

_ Angie... Quantas vezes eu já te vi assim triste e chorosa?

_ Um monte?

_ E você acha que eu não sei por que, né? Você pode ficar tranquila, eu nunca comentei nada com ninguém sobre o que eu acho.

Ela novamente desviou o olhar e ficou observando uma folha caída à sua frente. Era impossível tentar esconder mais alguma coisa. A emenda certamente sairia pior que o soneto. Seus olhos encheram de água novamente.

_ Vem aqui... – ele disse abraçando-a – Eu prometo que não vou deixar ele namorar a Tamara, tá? Eu não posso te ver assim sofrendo por causa daquele tapado do Taylor. Como ele pode não te ver, hein? Burrinho.

_ Num fala assim dele, Zac. Eu...eu...

_ Pode falar.

_ Eu amo o Taylor, Zac. Muito mesmo. Às vezes, eu sinto que não vou aguentar viver sem ele. Zac, se ele arranjar outra namorada, eu não vou conseguir... Eu morro, Zac... Eu morro... – ela disse, chorando. – Zac, o quê que eu faço? Eu tenho que tirar ele daqui de dentro, ele tá me matando, Zac. Me ajuda, por favor...

_ Calma, Angel...

_ Não me chama de Angel, por favor...

_ Angie, para de chorar desse jeito... Para... Eu vou falar com o Taylor, tá?

_ NÃO! Ele não pode ficar sabendo! Não, de jeito nenhum, Zac! Eu nunca vou te perdoar!

_ Tá bom, tá bom! Eu não falo nada... Mas você não pode ficar assim.

_ Vou tentar. Mas é tão difícil, dói tanto.

_ Você consegue.

Ela sorriu levemente e em seguida deitou-se no colo de Zac. Acabou adormecendo, como sempre, cansada de tanto chorar. Pouco tempo depois, Taylor chegou andando.

Primeiro e Único [completa]Where stories live. Discover now