Capítulo 10

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Ignorando a pergunta de Taylor, Angie suspirou. Sentiu uma bola de desespero se formar dentro dela e explodir em palavras pela boca.

_ Taylor, me ouve... Eu tenho que te falar... Eu te amo muito.

_ Eu também te amo. – ele disse com ternura.

Ela sabia que o amor que ele sentia por ela era totalmente diferente do que o que ela sentia por ele, e saber disso doía, era uma dor aguda, que ela não via nem a sombra da possibilidade de acabar. Quis gritar, mas engoliu a raiva.

_ Não tô com fome de marshmallow. – limitou-se a falar.

_ Não?

_ Não...

Agarrada a Taylor, Angie pensava em tudo, menos marshmallow. Aninhada naqueles braços, ela se sentia protegida. Sempre tinha sido daquele jeito, mas se há alguns anos alguém tivesse falado que o calor dele seria o bastante para fazê-la se perder no tempo, Angie certamente morreria de rir. No entanto, ali estava ela. Recebendo o afeto dele e querendo desesperadamente que o carinho que ela podia sentir na sua respiração e no seu toque se transformasse em desejo. No mesmo desejo que ela tinha latejando dentro dela e não sabia como colocar para fora..

_ Você é muito linda, Angie. Muito linda. – ele acariciou-lhe a face.

Ela só sorriu. O sorriso agradecido e resignado que aprendeu a fazer para esconder Taylor dentro de si mesma. Eles continuaram conversando e mais tarde acabaram adormecendo.

***

Taylor abriu os olhos. Uma estranha luz iluminava os dois. Ele olhou para Angie. Linda. Ela era a menina mais linda que ele conhecia, sem sombra de dúvida. Olhava para ela, imersa em seus sonhos. Pura. Um anjo. Passou a mão entre seus cabelos, correu os dedos por seu rosto. Contemplou sua face mais uma vez, em seguida, seu corpo. Ela estava bonita. Observou-a mais alguns segundos. Ela abriu os olhos e sorriu, espalhando mais luz por todo o canto. Sem pensar, Taylor se inclinou e a beijou. Um beijo tão doce e puro como a alma de quem fora roubado. Ele se afastou, e ela sorria mais ainda, resplandecia de felicidade, transpirava amor. Novamente beijou-a, de verdade dessa vez. E se perdeu naquele beijo, tão forte e tão inocente.

***

_ Tay? Que foi?

Taylor apenas grunhiu.

_ Você me deu uma cotovelada... Tava sonhando?

_ Sonhando? Nossa, foi um sonho? – ele passou a mão nos cabelos. – Era tão real...

_ O que era?

_ Ah, sonhei que... – ele parou, relacionou Angie e seu sonho.

_ Sonhou que...?

_ Nada, esqueci! Eu esqueço muito fácil os sonhos.

Taylor tinha ficado muito atordoado com seu sonho. Beijar Angie foi estranho. E incrivelmente bom. Ele nunca sequer havia pensado nisso.

_ Ahn... Vou dormir de novo, tá? Boa noite, Taylor...

_ Boa noite.

Por mais que quisesse, Taylor não conseguia dormir. Bastava fechar os olhos para lembrar daquele sonho. E ele tinha medo de sonhar aquilo de novo. Um sonho tão simples, mas tão profundo. Tão normal e tão complexo. E ainda podia sentir o gosto do beijo. Um gosto bom.

O telefone da casa tocou e Taylor atendeu. Era Mark. Ele e Angie tiveram uma conversa rápida, mas que acabou coroando toda a confusão já instalada dentro da cabeça dele.

Angie pôs o telefone no gancho e olhou para Taylor. Ele estava com um olhar desconfiado, perturbado. Na verdade, ele começou a pensar em como seria ver Angie namorando. Aos beijos com Mark. Não seria agradável, definitivamente.

Primeiro e Único [completa]Where stories live. Discover now