Capítulo 15

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Angie desceu as escadas da árvore e entrou na casa. Zac estava na cozinha.

_ Ainda bem que você apareceu! – ele falou. – Eu queria mesmo falar com você!

_ Pode falar. – ela sorriu e era impossível entender se Angie estava prestes a rir ou a chorar.

_ Você também!

_ Eu também o quê?

_ Tá com essa cara!

_ Que cara?

_ A mesma que o Taylor.

_ Não, Zac, o Taylor devia estar com cara de desesperado quando entrou aqui...

_ Não...

_ Não?

_ Não...

_ Tá, tá! Ele estava com cara do quê então?

_ Essa aí sua!

_ Caramba, Zac! E eu tô com cara de quê?

_ Fui até as nuvens, mas caí de cara!

_ Sério? Bem óbvio, então.

_ O quê?

_ Nada... – ela sorriu.

_ Dona Angelica, pode falar! – ele disse pegando um banquinho e sentando. – Senta aí e conta!

_ Contar o que, Zac?

_ Não se faz de desentendida porque o Taylor acabou de fazer a mesma coisa. Vai, desembucha!

_ Quer ouvir mesmo?

_ Não. Claro que eu quero!

_ Bom, me deu uma sensação insuportável de vazio, aí eu fui pra casa da árvore.

_ Certo.

_ Então, aí eu tava lá e o Tay chegou... E falou pra eu não chorar e blá, blá, blá.

_ Hum.

_ Aí ele me abraçou.

_ Só?

_ Calma, Zac, não acabou...

_ Ah...

_ Então, né? A gente tava abraçado, aí a gente começou a se abraçar mais forte e ele começou a beijar o meu pescoço e...

_ Ele fez o quê?

_ É isso aí que você ouviu.

_ Tá bom. – ele arregalou os olhos.

_ Aí ele mordeu a carninha da minha orelha.

_ O lóbulo...

_ É.

_ E?

_ E aí ele veio me beijando o rosto...

_ Peraí, você não tá inventando isso, não, né?

_ Ah, é, tô!

_ Tá, continua. – ele fez cara de atencioso.

_ Ele chegou no cantinho da minha boca, aí os lábios dele encostaram nos meus....

_ Eeeeeeee?

_ E ele perguntou o que que a gente tava fazendo. Foi aí que ele ficou desesperado. – ela acabou de falar e pôs uma azeitona na boca.

_ E você tá nessa calma??? Tem certeza que foi só isso?

_ Tenho. Acho que eu tô meio anestesiada...

_ Quando meu irmão te beijar de verdade. você desmaia!

_ SE ele me beijar, né?

_ E você acha que não vai? Não dou dois dias pra isso acontecer! Parabéns, Angie!

_ Que parabéns, Zac! Ele mesmo me pediu pra esquecer tudo!

_ Como se você fosse, né?

_ É, não... Mas sei lá, ele deve ter agido por impulso...

_ Putz, o Taylor é MESMO uma besta!

_ Não é, não!

_ Ah, é!

Ela riu.

_ Angie, eu juro que não estou entendendo essa sua calma!

_ É porque não tem por que ficar eufórica!

_ Ah, tá...-  ele ironizou.

_ Bom, Zac, eu vou lá comer bolo.

_ Ah, sim, o bolo! Angie!

_ Quê?

Ele queria chacoalhar a amiga. Chacoalhar Taylor. Botar os dois juntos no liquidificador e chacoalhar mais um pouco. Mas desistiu.

_ Nada, deixa pra lá!

Ela sorriu e levantou.

Lá dentro, Angie procurou por Taylor. O encontrou sentado na escada, de cabeça baixa.

_ Taylor...?

_ Ah, Angie, por favor... Eu não quero te ver agora...

_ Não quer?

_ Eu tô com vergonha do que eu fiz....

_ Vergonha? Por quê?

_ Porque você é minha melhor amiga e quase que eu estrago tudo.

_ Nada ia estragar nossa sólida amizade. – ela disse um pouco irônica, um pouco triste. – E também, não tem por que ficar com vergonha... Se você fez foi porque...

_ Porque eu sou um descontrolado.

_ Porque eu deixei.

Ele olhou para ela com uma carinha estranha.

Ela deu um meio sorriso.

_ Angie, eu tava te segurando tão forte... – ele começou a gesticular, e quando ele fazia isso era porque estava bem nervoso. – Eu te...ah...eu te beijei toda....

_ Magina.... – ela sorriu. – Não foi toda. Foi só por aqui. – ela apontou para o pescoço.

_ Ah, Angie... Eu não queria...

_ Não? – ela entristeceu-se de verdade.

_ Não... O que você vai pensar?

_ Nada, só que você é o Taylor e que eu vou continuar te amando e que você é o meu melhor amigo.

_ Mesmo?

_ Uhum. – ela sentou-se do lado dele. – E se você quiser a gente pode fingir que nunca aconteceu.

_ Você faria isso? Acho que eu ia me sentir melhor...

_ Tudo bem... – ela deu-lhe um beijo no rosto.

_ Que bom...

Ela sorriu triste, mas ele nem percebeu.

_ Então... – ele falou.

_ Taylor, você mordeu a minha orelha! – ela riu.

_ Doeu?

_ É... Não, né?

Ele riu também.

Primeiro e Único [completa]Where stories live. Discover now