Capítulo 5 - Coexistente

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     "O ambientalista trajando roupas e sapatos pretos se manteve de pé, pronto para dar início a mais um teste prático

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     "O ambientalista trajando roupas e sapatos pretos se manteve de pé, pronto para dar início a mais um teste prático. Carregava pouco mais de quarenta anos nas costas — dos quais muitos foram dedicados às suas invenções, chegando ao ponto de se privar do próprio sono. Dormir era um desperdício de tempo para Nikola Tesla. Cabelos negros quase que milimetricamente repartidos ao meio, destacaram o semblante rígido do sérvio-croata naturalizado americano; que poderia também ter uma parcela de cansaço, a qual não demorou a ser confirmada com um bocejo, e subitamente...

     Olhos cerrados.

     Dentro da área circular, esta limitada pelo cercado no centro da ampla sala, juntou-se a ele um pombo branco, o qual pousou sobre o cilindro de coloração bronze conectado ao solo; um para-raios. Minúsculos olhos lhe fitavam conforme a cabeça portando penas claras, movimentava-se de um lado para o outro, com interesse no sujeito. O homem, passou a correr seu foco por todos os cantos do laboratório, à procura de quaisquer tipos de aberturas; mas nada encontrou. Tudo estava aparentemente fechado, não tinha ideia de, por onde aquela ave entrou. Intrigado, deixou o caderno de anotações sobre a cadeira e se aproximou do animal, pisando forte no piso, sempre contando seus passos, desejando que a ave voasse caso ele fizesse muito barulho. Entretanto, não voou, nem mesmo quando o humano ficou a poucos centímetros de distância.

     Contrariando a primeira impressão, não era um pombo completamente branco; haviam algumas penas mais escuras em suas asas, variando entre tons de cinza. Pontos negros ainda lhe olhavam com adoração, já as patas rosadas fincadas na base metálica do cilindro, não faziam menção de sair dali; mas deveriam. Aquela ave poderia muito bem atrapalhar seu teste.

     — Sai, sai! Aqui não é lugar para pombos! — Abanou-o, conseguindo enfim, fazê-lo levantar voo."

-

     Não havia passado das vinte e uma horas quando, em cima da redonda mesa, a impressora foi novamente posta por um Saulo sem sono. Apesar do cansaço que sentia, não conseguiu dormir direito. Ou fora apenas culpa do retorno da energia elétrica, a qual encerrou aquele silêncio quase absoluto e deu voz à TV no quarto mais próximo. Assim que a senhora com uniforme de camareira — diferente do terninho usado por Luana — trouxe as roupas limpas, — as quais permaneciam dobradas no discreto armário —, e buscou a bandeja e jarra vazias do jantar, o estudante dormiu por poucas horas; tempo suficiente para ter outro sonho vivido com Nikola Tesla e bagunçar ainda mais a sua mente.

     Pelo menos, ele iria fazer o que mais gostava: consertar coisas.

     — Vamos se livrar logo disso. — Sentou-se na cadeira macia com braços de madeira, arrastando-a mais para frente e puxou as mangas do roupão antes de começar os trabalhos; seu celular carregava a bateria ao lado.

     O fato de a impressora já se encontrar toda desparafusada graças a Alan, ajudou por um lado, contudo, por outro, aquela desordem de cabos e peças fez surgir linhas de repulsa na testa do jovem. "Se não sabe mexer, não mexa!", esse tipo de coisa sempre o aborreceu desde o começo do seu estágio. Não era à toa, todos os estresses que passava na Mídiahin.

Órbita do Destino - 2043 [COMPLETO]Where stories live. Discover now