Capítulo 11 - 💡💡💡

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     Apertando os punhos algemados, Saulo quebrou o contato visual; olhar para o arquivo metálico ao lado lhe pareceu mais atrativo do que encarar o par de olhos cinza à sua frente

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     Apertando os punhos algemados, Saulo quebrou o contato visual; olhar para o arquivo metálico ao lado lhe pareceu mais atrativo do que encarar o par de olhos cinza à sua frente.

     — Égua! — Durante o passo avançado, Fabrício tentou imitar o sotaque do outro, sem sucesso. — Pega.

     Apenas íris âmbar se moveram, contudo, em meio às linhas desentendidas brotando em sua testa, Saulo acabou por virar o rosto todo na direção do delegado. Riu, descrente. E a razão fora a pequena chave; esta exatamente na boca de Fabrício. Firme entre os dentes. Sem hesitar, Saulo ergueu a mão algemada, a qual carregou a outra por meio da corrente com o movimento, instante em que Fabrício tirou a chave da boca e recuou.

     — Sem usar as mãos — explicou, pondo a peça prateada de volta na boca. — Seja criativo.

     Saulo sorriu um tanto travesso.

     Mãos ligadas por algemas agarraram o colarinho da camisa social tão rapidamente que o delegado não teve a oportunidade de se preparar para o movimento seguinte: Saulo não só se pôs colado ao corpo forte, como também se apossou daqueles lábios sem se importar com a chave escapando e indo parar no chão.

     — Que saudade dessa fase... — sussurrava conforme deslizava as mãos pelas costas de Saulo e sentia os beijos descendo pelo seu queixo. — idade boa, tudo funcionando, libido ligada no 220. Agora... — Riu. — Sinto que a minha bateria demora séculos para recarregar.

     A risada do mais novo permitiu que o maior sentisse no pescoço a temperatura morna daquele hábito.

     — Na Física, existem três processos de eletrização, um deles diz que — começou, subindo as mãos algemadas ao rosto de Fabrício. — um corpo muito carregado pode enviar parte dessa carga a um corpo neutro.

     — Ah, é? E como eles fazem isso?

     — Ficando juntos.

     Com um sorriso discreto, Fabrício lhe deu um beijo estalado na testa e se agachou para apanhar a chave, sem demora livrando Saulo das algemas que já estavam virando quase um adereço naqueles pulsos.

     — Já que te chutaram do hotel, pensei em sugerir a cabana pra você ficar.

     — Não me chame de fresco, mas eu preferiria um lugar mais... urbano.

     — É essa a sua estratégia para eu te oferecer um dos quartos na minha casa?

     A curva nos lábios castanhos que começou tímida, depressa se alargou.

     — Lá tem farinha de macaxeira?

     — Maca, o quê?

     — Mandioca — traduziu.

Órbita do Destino - 2043 [COMPLETO]Where stories live. Discover now