Capítulo 16 - 💡💡💡

707 78 58
                                    

     Galhos das árvores à volta do sítio voltaram a tremer devido aos pássaros e uma pomba branca voando para longe; assustados

Ups! Tento obrázek porušuje naše pokyny k obsahu. Před publikováním ho, prosím, buď odstraň, nebo nahraď jiným.

Galhos das árvores à volta do sítio voltaram a tremer devido aos pássaros e uma pomba branca voando para longe; assustados. Do andar de cima, Kelly novamente tapou os ouvidos, inundada em lágrimas.

Do lado de fora...

O ar gélido golpeava e esfriava o rosto febril, dando impulso para as lágrimas descerem com mais força conforme ele se movia desenfreadamente pelo sítio escuro. Pernas sem rumo, desgovernadas, atravessavam o caminho rodeado por lâmpadas; perturbado... fora de si. Corria com desgosto, raiva, indignação. Pegadas de angústia eram deixadas pelo sujeito que alimentava a ilusão de poder fugir da dor... Dor esta que o seguiria sem piedade, onde quer que ele fosse.

Atravessou a estrada, voando à casa do outro lado. Último lugar no qual queria estar. Respingos de lama lhe pintaram as bochechas, juntando-se às manchas de sangue que não lhe pertenciam; culpa da poça camuflada pela noite que o presenteou com um inevitável tropeço.

Mãos espalmadas na grama molhada fizeram força para erguer o corpo... Cotovelos falharam; peito colidiu com o chão, junto à cabeça baixa. Absorveu através da ponta do nariz a frieza das folhas verdes; fincando os dedos na terra fofa. Apertou, assim como os olhos, a fim de colocar para fora aquela sensação asfixiante.

Saulo estava sendo desintegrado de dentro para fora.

- Eu só preciso acordar, nada disso é real... Acorda, acorda, acorda... Isso tudo vai acabar, nada é real - sussurrava, em transe, logo se pondo de pé. E, antes de subir os degraus, olhou para cima; céu negro, extremamente limpo e dominado por pontos brilhantes. - Nada disso é real... Só preciso acordar.

Diante da porta, respirou fundo durante o secar dos olhos com certa agressividade, e da mesma forma, tomou coragem e empurrou a maçaneta; naquele momento, seu maior medo era sentir...

Borrões tornaram a invadir sua visão, criando um mar em torno dos olhos ao topar com o paletó pendurado no porta casacos. Fez que ia passar reto, escapar da essência daquele que não estava mais ali; suas pernas não lhe obedeceram. Muito menos a mão, tremendo. Junto ao morno líquido moldando seu rosto, puxou a roupa em tecido escuro, inalando o perfume misturado ao cheiro de cigarro, como se sua existência dependesse daquilo.

A peça, foi abraçada e molhada com gotas salgadas ao som do choro contido, embora doloroso. "Não acredito que nunca mais vou te ver."

- Isso não é justo, seu egoísta! - berrou, conforme devolvia o paletó ao gancho de madeira. - Fabrício, por que você fez isso?!

Azarado, o pequeno vaso arrancado de maneira bruta de cima do móvel e espatifado na parede, foi o alvo daquela fúria passageira. Grito, profundo, explosivo. Sem forças para se manter em pé, Saulo se deixou encontrar o assoalho, dobrando os joelhos cobertos pela calça marcada pela lama; escondendo o rosto com as mãos igualmente sujas. Dessa vez, colocando para fora um choro sem filtros; alto, pesado...

Órbita do Destino - 2043 [COMPLETO]Kde žijí příběhy. Začni objevovat