Capítulo 11 - 💡💡

289 60 16
                                    

     Alan desfez o sorriso durante a conversa virtual no celular e endireitou a postura assim que ambos passaram pela porta e se juntaram a ele no posto policial

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

     Alan desfez o sorriso durante a conversa virtual no celular e endireitou a postura assim que ambos passaram pela porta e se juntaram a ele no posto policial. Agarrado às alças da mochila, Saulo foi até o outro lado da sala, local onde se sentou no chão, flexionando as pernas. Ele tinha outras opções, como, por exemplo, uma cadeira diante da bancada de Alan e duas na frente da mesa do delegado, contudo, julgou aquele piso rígido o mais apropriado; dali ele tinha a visão completa dos dois policiais.

     — Alguma ocorrência?

     — Não. Está tudo na paz de Cristo. Quer dizer, estava. — Alan nem evitou a olhada em Saulo. — Ah! O Geraldo ligou; pediu pra você ir à casa dele; precisa conversar contigo.

     Saulo só fez contrair a mandíbula ao ouvir tal nome.

     — Tô ignorando as ligações daquele velho desde ontem. Deixa latir. Se quer falar comigo, ele que venha até mim. Ao contrário dele, tenho uma cidade pra tomar conta!

     O rapaz de jaqueta de couro acabou percebendo tarde demais, que ter uma visão ampla não era boa coisa. Tudo na delegacia passou a vibrar; chamando seus olhos. Números. Movimentação e uma conversa em segundo plano ocorria ali dentro, mas ficaram ofuscadas pelos dígitos saltando, pedindo; implorando para serem somados.

     "12, 141, 81", leu os números nas três caixas empilhadas ao lado de Alan, logo fazendo os cálculos, "Um mais dois, três! Um com quatro, mais um, seis! Oito e um... Nove!" Braços dentro da jaqueta, abraçaram as pernas, momento em que o jovem desceu a cabeça sobre os joelhos, encolhendo-se e se abrigando em si mesmo. Os números pareciam estar vivos, dispostos a enlouquecê-lo a qualquer custo — e o tecido da calça jeans sendo pressionada por dedos finos, chamou depressa a atenção dos olhos cinza.

     — Mudando de assunto... O que o seu criminoso favorito aprontou pra estar aqui? — questionou Alan. Fabrício havia achado melhor não revelar detalhes ao parceiro sobre o conteúdo da ligação do estudante.

     Entretanto, foi Saulo que se encarregou de responder:

     — Conta pra ele que eu quase morri porque ninguém me avisou que aquela maluca é filha do infeliz que supostamente, matei! — Embora a resposta fora para o sujeito com seu rabo de cavalo cacheado, Saulo pronunciou cada palavra mirando a face de Fabrício.

     O qual fez soar o som das botas ao seguir em sua direção.

     — Abaixa esse tom dentro da minha delegacia, garoto!

     — Então coloque uma focinheira no seu guardinha! Égua!

     Alan não se conteve diante da falta de respeito dirigida a ele e principalmente, à Luana, e apanhou o cassetete, contornando sua bancada com olhos diabólicos; fixos no rapaz sentado no chão, quando Fabrício o deteve, espalmando-o pelo peito antes de tomar sua frente.

Órbita do Destino - 2043 [COMPLETO]Where stories live. Discover now