TRINTA E CINCO

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(Tem uma música na mídia, sugiro ouvir ela a partir do momento que eu a cito

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(Tem uma música na mídia, sugiro ouvir ela a partir do momento que eu a cito. É em inglês mas eu coloquei o vídeo com legenda. Boa leitura! 🤍)

Estou parada na área externa no Palace faz dez minutos, só analisando o terreno.

Não acho que a expressão de desgosto tenha deixado o meu rosto por um minuto se quer enquanto tirava as medidas e fotos das partes onde pretendia alterar — o que naquele acabou sendo foi tudo.

Em arquitetura, chamamos essa fase de levantamento.

No entanto, também uso a oportunidade para deixar meu senso crítico agir e minha imaginação aflorar para ter uma ideia de como vou abordar a reforma.

A primeira conclusão que eu chego é que terei muito trabalho.

Não há nada que eu possa aproveitar já que a antiga ornamentação da piscina é ultrapassada, do tipo que se usava nos anos 90. Há milhares de paredes infiltradas, colunas onde não precisam e só de olhar alguns detalhes sei que não fizeram um bom trabalho na fundação do terreno.

Solto um suspiro cansado, pensando que no quanto mais mudanças drásticas eu precisar fazer, mais reuniões com Aidan terei para discutir sobre o meu trabalho.

Ótimo, mais horas de reuniões desgastantes e silêncios esquisitos.

Depois de quase uma hora julgando a área externa no sol quente das onze da manhã, decido que preciso de uma pausa.

O salão se conecta com a piscina por essa linda e alta parede de vidraça, talvez o única detalhe que me agrade nele.

Eu gemo de frustração ao entrar no hotel e ver que as vidraças estão cobertas por cortinas brancas e pesadas. O cômodo poderia estar recebendo uma quantidade enorme de luz natural mas ao invés disso ele parece escuro e abafado.

E aquele lustre...

— Urgh — Eu solto quando meus olhos avistam a opulenta peça no centro do teto.

O lustre robusto e circular oprime completamente o espaço, a sala tem um pé direito de oito metros mas parece ter três. Aidan precisa urgentemente demitir o seu antigo designer de interiores.

Eu ando até o bar e jogo meu corpo exausto no banquinho. Tenho um pequeno dèjavú do Dia dos Namorados quando sentei naquele mesmo lugar.

E como que sentindo que essa é sua deixa perfeita, Tito surge por detrás do balcão.

— Deixar eu adivinhar — Ele diz para mim sorrindo. — Uma cuba libre?

— Bem que eu queria — Digo a ele, recostando os cotovelos no balcão. — Mas não bebo no trabalho. Vou querer só uma água com gás e limão.

— Okay... Tá saindo.

Eu observo em silêncio enquanto o barman prepara meu pedido.

Ele trabalha rápido cortando os limões e usa uns mini cubos de gelo que é esteticamente prazeroso de observar se misturando à água no copo.

MORDE E ASSOPRAWhere stories live. Discover now