QUATRO

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A minha cabeça está latejando quando eu acordo e ainda nem abri os olhos.

Quero morrer. Só de lembrar do quanto bebi na noite passada me sinto enjoada e envergonhada. Caramba, acho que nunca mais encostarei uma gota de álcool na minha boca.

Abro os olhos no escuro do quarto e suspiro, tentando lembrar onde estou e o que fiz ontem. Lenta e dolorosamente, a minha memória se restaura.

E essa é a primeira vez que eu queria realmente ter tido amnésia.

A primeira coisa que atinge a minha mente é a lembrança de fazer Aidan Rael se despir e depois vomitar em cima das roupas dele. Sinto meu rosto gelar em espanto, incapaz de acreditar que fiz mesmo isso... E todo o resto depois.

Eu o xinguei, provoquei, compartilhei coisas pessoais com ele. Eu pensei na possibilidade de beijá-lo.

Arquejo.

Eu quis beijá-lo.

Jesus, Maria e José. Onde eu estava com a cabeça? Por que fui tão inconsequente?!

E a resposta me vem imediatamente.

Por causa do Luciano.

Meu coração se parte de novo ao lembrar do término e sinto a súbita vontade de chorar. No final das contas beber não é a maneira mais adulta de resolver um problema.

E a bem da verdade não sei se quero resolver de maneira adulta ou se quer existe uma fórmula para curar um coração partido, mas sei do que — ou melhor de quem — eu preciso nesse exato momento.

Pego a minha bolsa, que está jogada no chão ao lado da cama, e ligo o meu celular. Demora três toques sucintos para que ela atenda:

— Oi, está tudo bem?

— Não... Eu preciso de você.

— Ok. Onde você está?

— Na casa dos meus pais.

— Estou indo para aí.

Alice demora vinte minutos para chegar. A minha melhor amiga bate duas vezes na porta do meu quarto e entra gentilmente.

— Bom dia, flor do dia!

— Humm — É a única coisa que consigo dizer.

Ela suspira, vai até as cortinas e as abre, deixando a luz do sol entrar. Depois, se vira para mim em toda a sua glória de cabelos castanhos alourados e me avalia com olhos já experientes.

— O que aconteceu, Madá?

Eu não consigo dizer nada.

Olhar para o rosto compreensivo e preocupado da minha amiga desperta algo em mim e eu simplesmente desato a chorar. Alice corre para a cama e me abraça, sem se importar com o fato de que estou encharcando seu vestido de estampa floral preferido.

MORDE E ASSOPRAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora