DEZENOVE

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Depois da inauguração do Empório Bahia acho que devo ter dormido por dezesseis horas seguidas.

Como já estava de férias e tinha sono acumulado de quase duas semanas, não me importei em embernar no meu quarto pelo tempo que fosse necessário para recuperar as energias.

Meu corpo estava tão esgotado que nem teve energia para sonhos, foi literalmente um apagão do qual eu aproveitei bastante.

Solitude. Silêncio. Descanso.

Depois do término e da temporada turbulenta de três dias por Ilha Bela seguida por dias exaustivos de trabalho o meu quarto escuro era um paraíso.

O estraga prazeres desse momento de pura paz é o meu celular, que vibra insistentemente na minha cabeceira por vários minutos até que eu consiga ter forças para abrir os olhos e estender o braço na direção do aparelho.

Ainda soterrada no meio das cobertas, enfio o celular na orelha depois de aceitar a ligação.

— Alô?

A minha voz está tão rouca de sono que o meu pai hesita, na dúvida se sou eu mesmo.

— Filha? É você?

— Uhum — Solto um bocejo. — É claro que sou eu.

— Estava dormindo? Te acordei?

— Não, não. Estava tirando um cochilo rápido... Está tudo bem?

— Sim! Mas a sua mãe queria saber que horas você vai chegar hoje. Ainda está em Salvador?

Arregalo os olhos, meu sono evaporando em um átimo de segundo. Tinha esquecido completamente que prometi a mamãe que estaria em Ilha Bela no Sábado!

— Ah... Sim — Checo as horas no relógio da cabeceira e tomo um susto ao descobrir que são cinco da tarde. Jesus cristo, eu estava mesmo cansada. Pulo da cama, agarro minha mala de mão e começo a jogar tudo que eu preciso lá dentro. — Vou chegar à noite, lá para as nove. Sei que é tarde, mas tive um imprevisto aqui e só vou poder sair agora da cidade.

Um imprevisto chamado "coma induzido pela privação de sono".

— Tudo bem querida, não tem problema. Só tome cuidado com a estrada, estaremos te esperando aqui. Sua mãe mandou um beijo.

— Certo, até mais tarde. Manda outro para ela!

Desligo o celular e corro pela casa tentando ficar pronta em cinco minutos.

Tomo o banho mais rápido de toda a minha vida, coloco a primeira roupa que encontro – um short jeans e uma antiga blusa do Fresno que quase parece um vestido em mim – e termino de arrumar as mochilas.

Quando passo pelo espelho do banheiro e vejo o estado deplorável do meu cabelo, enrolo ele em um coque e agarro a escova de dente ao sair.

Saio de casa não cinco, mas oito minutos depois, carregando toda a minha bagagem no colo e chamo o elevador. Como vou passar todas as minhas três semanas de férias em Ilha Bela, estou levando bastante coisa. Simplesmente não faz sentido deixar meus pertences ali na capital por tanto tempo.

MORDE E ASSOPRAWhere stories live. Discover now