VINTE E CINCO

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Eu roubei a lasanha de Aidan Rael.

Sinto-me horrível por isso. Não estava pensando direito quando o fiz, só sei que na saída do seu prédio esbarrei com o entregador, vi a lasanha nos seus braços e a peguei.

— É pra Aidan Rael, certo? — Foi a única coisa que eu disse quando o entregador me lançou um olhar confuso. — Está tudo bem... Ele vai pagar.

E com a lasanha embalada nos meus braços, fugi da cena do crime o mais rápido possível. Fugi feito a covarde que venho sendo já faz um bom tempo.

Correr quando as coisas saem do controle estava virando um padrão tão comum no meu comportamento que até Aidan já tinha percebido. Foi a primeira coisa que ele disse quando me alcançou no elevador, porque é claro que não iria me deixar ir daquele jeito.

Você está fazendo isso de novo. Está fugindo, ele dissera.

É, eu estava. Deixei seu apartamento me sentindo humilhada e muito imbecil. Tinha dito algo sem pensar, algo que deixou Rael em estado de choque.

Eu esperava surpresa da parte dele ao me ouvir propor que tivéssemos uma amizade colorida ou qualquer coisa do tipo, mas eu não esperava que ele fosse entrar quase em um estado catatônico. A expressão dele não saia da minha cabeça.

O rosto meio pálido e o olhar perdido, os lábios levemente trêmulos...

E enquanto eu esperava, começava a concluir que ele não me queria mais dessa forma. A tristeza que senti ao entender isso foi sufocante e dolorida. Nunca tinha me sentido assim ao ser rejeitada por ninguém.

Então a garota apareceu.

Tudo meio que começou a fazer sentido quando a morena bonita surgiu na porta dele.

O pior de tudo foi que me senti exposta por nada. Tinha arriscado, colocado para fora o que queria e acabou em catástrofe. Para alguém como eu, que raramente abaixa as defesas, isso só serviu pra me fazer construir uma muralha ainda maior ao redor de mim mesma.

No elevador, eu já estava decidindo que nunca mais faria algo assim novamente, estava tentando processar o fato doloroso que eu só fui interessante para Aidan quando não éramos próximos. Agora que ele me tinha por perto sempre, não havia mais conquista, não havia mais nada em jogo.

Porém, contrariando no que eu acreditava, Aidan invadiu o elevador e quase me matou do coração pela segunda vez em uma mesma noite.

Honestamente, eu não o entendia.

Eu digo que o quero, ele não diz nada.

Eu vou embora e ele se joga entre as portas do elevador para me impedir?

Uma sessão de tortura teria sido menos insuportável que os minutos que passamos naquele elevador. Tudo foi doloroso de assistir e ouvir e falar. Minha cabeça não conseguia entender o porquê de repente ele parecer desesperado para me explicar o que tinha acontecido.

MORDE E ASSOPRAWhere stories live. Discover now