QUARENTA E CINCO

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Eu solto um suspiro frustrado e melodioso enquanto sou guiada às cegas por Aidan

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Eu solto um suspiro frustrado e melodioso enquanto sou guiada às cegas por Aidan.

Ele fez uma grande chantagem emocional para que eu colocasse uma venda e pudesse finalmente me surpreender do jeito que tinha planejado. No entanto, à medida que os minutos passam, vou ficando mais ansiosa e desconfiada.

Depois de uma considerável longa viagem de carro, Aidan abre a porta do carona e me conduz pelo caminho.

A desconfiança aumenta quando sinto a inconfundível brisa do mar e subimos alguns degraus que são claramente de madeira pela forma que rangem sobre nosso peso.

— Não sei se gosto disso — Retruco. — Já posso tirar a venda?

— Não...

— Aidan, já faz mais de meia hora que estou vendada!

— Humm... Paciência não é uma das suas virtudes, não é, meu amor? Estou tentando fazer um grande gesto romântico aqui.

Eu quase sorrio.

— Desculpe, surpresas me deixam nervosas... Não ter o controle da situação é um pouco assustador.

Aidan me segura para que eu pare e beija a minha têmpora delicadamente. A sensação dos seus lábios na minha pele me ajuda a relaxar.  

— Não precisa se desculpar, eu já sabia que você era meio prejudicada da cabeça desde o começo. Você estava agarrando os próprios seios e olhando para o espelho com o rosto todo borrado de rímel, lembra?

Eu o acotovelo e ganho uma risada. 

— Ok, estamos aqui. Preparada para a surpresa?

Antes que eu possa dizer que "sim", ele tira a venda e preciso estreitar os olhos por conta da luz ofuscante bem à minha frente. Alguns segundos depois da minha visão se ajustar à claridade, perco o fôlego.

Estamos em um píer na baía de Ilha Bela e parado na água, brilhando contra os últimos raios rosados de sol, há um barco coberto por centenas de luzes fluorescentes.

A brisa salgada acaricia meu rosto pálido enquanto eu o observo, embasbacada. Minha atenção deixa o barco só por cinco segundos.

— Isso aqui... Foi você?

Aidan levemente concorda, um sorriso ansioso se antecipando em seus lábios.

— Você gostou?

— É lindo!

Sua mão desliza pelo meu braço até encontrar a minha e entrelaçar nossos dedos.

— À bordo ele é mais bonito ainda.

Meus olhos se arregalam e eu seguro a mão de Aidan quando ele tenta avançar.

— À bordo você quer dizer tipo... Dentro dele? — Olho uma segunda vez para o barco e a primeira percepção maravilhada se vai. — Entrar nesse troço enorme que flutua na água?

MORDE E ASSOPRAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora