Capítulo 14 - Coração de Cicatrizes

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NA: Eu chorei várias vezes enquanto escrevia esse capítulo. Leiam e saibam o porquê. E me digam o que acharam também 🤪.

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Arrepios subiam pela coluna de Dorian enquanto ele puxava Manon por um dos corredores da ala oeste. As paredes pálidas e a iluminação pobre os engolindo como se fossem a escuridão em si. Já passara da meia noite, Yrene e Chaol acabavam de se retirar, e o Rei a Rainha deixaram Terrin no berço, dormindo profundamente; o castelo inteiro estava o mais silencioso possível. E apesar do Rei se sentir desconfortável passando por aqueles cômodos, ele se sentira obrigado a mostrar a ela.

A bifurcação se abriu; seu quarto à esquerda, para onde a havia levado na semana anterior, e aquela morbidez à direita, abandonada. Vazia.

E foi para lá que ele a guiou.

Dorian mandara limpar aquele lugar. Não havia mais teias de aranha pendendo nas colunas adornadas; o batente da porta não estava mais empoeirado e tampouco a maçaneta estava pálida devido à sujeira. Na verdade, a porta inteira brilhava, puro ouro escaldante e reluzente, como se há pouco tivesse sido fundido.

Manon não disse nada enquanto o encarava, em frente à porta.

Ela havia ficado tentada a perguntar a ele o que era aquele lugar, Dorian tinha certeza. Qualquer um que olhasse aquela luxúria isolada e escondida ficaria. Mas Manon era confiante demais para que soltasse sua dúvida em voz alta.

Ele ponderou mais uma vez.

Deixar aquele local trancado para sempre ou mostrá-lo à Manon? Abrir-se para aquela coisa pútrida, por mais que estivesse limpa depois de tanto tempo, ou simplesmente matar a curiosidade da mulher ao seu lado?

Chega de lembrar de coisas fúteis. Seu futuro era o casamento, a aliança; era a bruxa ansiosa à sua direita.

Ele estendeu a mão e abriu a porta.

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O lugar tinha um cheiro de essência fria e pura. Forte demais. Como se o cheiro de velharias fosse tão agressivo que os criados tivessem derramado vários óleos para tentar diminui-lo.

Manon percebeu que haviam limpado desde a entrada até o interior. Dorian já planejara mostrar, então.

- Eu deveria ter mostrado antes. - ele disse, adentrando no quarto logo após ela.

Era o maior cômodo que já havia entrado. Aquilo não podia ser simplesmente um quarto. Era quase uma casa.

Uma cama três vezes maior que a sua estava posicionada bem ao centro, sem dossel, mas com uma infinidade de travesseiros dourados e vermelhos acomodados na cabeceira. Por mais que estivesse tarde, não estava tão escuro devido à janela panorâmica que estava aberta. Deusa. Forte da Fenda inteira era vista lá de cima. Era um luxo indescritível. Desde o candelabro preso ao teto, com todas as velas bruxuleantes acesas, até o carpete vermelho sangue.

Tinha uma penteadeira à esquerda da cama, um enorme espelho do lado oposto, uma mesa de mogno próxima à janela aberta, e um sofá de veludo rubi logo depois da entrada.

Era uma ignorância ao menos usar aquele quarto. Até mesmo o teto tinha adornos de ouro em formato de arabescos. O teto.

Aquele lugar era o dormitório de alguém que não tardava em esbanjar o luxo e a riqueza. Alguém podre por dentro.

- É o quarto Real, não é? - Manon perguntou, apesar de já saber a resposta.

Ela sentiu Dorian assentir atrás dela, então caminhou até a borda da cama, batendo os saltos contra o carpete.

[✔] Manorian - Pós Guerra Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum