Capítulo 23 - Georgina

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QUATRO DIAS PARA O CASAMENTO

DORIAN ESTIVERA ERRADO ao dizer que muito provavelmente Nesryn e Sartaq não viriam para o casamento, pois dias depois, novamente estavam recebendo convidados nas portas do saguão.

Depois da mesma curiosidade que Lysandra tivera, mas agora por parte da Imperatriz do Khaganato, Dorian os levou até o quarto. No total, estavam com seis quartos ocupados, se contassem com Petrah, e contando ainda que Manon se dispusera a escolher um quarto único para Evangeline, a fim de deixá-la em um lugar enorme para uma criança de onze anos.

Isso havia rendido um abraço apertado em Manon, o qual a bruxa respondera com outro abraço em torno do pequeno corpo de Evangeline e com um sorriso lindo no rosto.

Dorian se permitiu pensar em Manon dando um abraço como aquele na bruxinha deles, muitos anos a frente, em um futuro que os esperava. Aquilo lhe causava arrepios. Arrepios de ansiedade.

Todos os dias pela manhã, o castelo já acordava com conversas e risadas e barulhos de pura felicidade pelo reencontro de todos em um momento único. A cada gargalhada dos amigos, a vontade do Rei era de sorrir até que sua boca se rasgasse, pois a felicidade irrompia de cada poro de seu corpo, e ele não se empenhava em escondê-la.

Para que esconder? Era a verdade. Ele não lembrava de ser tão feliz desde... desde muito tempo. Muito mesmo. E Manon também parecia apreciar aquilo. Até mesmo se permitia gargalhar de algumas piadas ridículas de Fenrys, apesar de que na maioria dos momentos, a Rainha preferia se manter calada ao seu lado, escutando atentamente a todas as conversas.

Tudo estava indo muito bem. Bem demais.

Até o dia em que Georgina Havilliard chegou a Forte da Fenda.

A garganta de Dorian se fechou, mas ele se obrigou a falar:

- O que?

- Ela está aqui, Majestade. - O guarda repetiu, o rosto impassível. Todos os guardas dispostos estrategicamente nas paredes adornadas pareceram enrijecer. - E.. hum.. o seu irmão também. E estão meio impacientes. Para entrar.

Dorian e Manon encararam o homem por um momento. Os poucos degraus até o trono o deixavam parecer uma formiga perto deles, deixando claro ali quem mandava e quem era a autoridade.

Georgina provavelmente se assustara ao ser barrada pelos guardas ao entrar. A ordem viera diretamente dele. Aquele castelo não lhe pertencia mais, e as ordens não vinham mais do marido dela. Tudo que acontecia ou não acontecia ali, agora dependeria de Dorian. Inclusive a entrada da própria mãe.

- Deixe-os entrarem. - Dorian decretou, e o guarda assentiu com uma reverência antes de sair da sala.

Apesar de só haver um trono, já que Manon não era oficialmente a Rainha de Adarlan ainda, Dorian fizera questão de que ela se sentasse sobre suas pernas ou sobre braço cilíndrico do assento. Ela não reclamara. Na verdade, Manon parecia achar que aquela posição, com ela sentada de lado em seu colo e com as pernas cruzadas, era extremamente ameaçadora e provocante.

Há alguns dias eles vinham ficando naquela posição durante algumas intermináveis horas. As vezes trocando de lugar, deixando Manon se confortar no assento enquanto Dorian se apoiava no braço cilíndrico do Trono, já que a grávida ali era ela. As chegadas dos convidados os obrigavam a passar ao menos a manhã ali sentados, mesmo que muitas vezes fossem apenas pessoas da corte que Dorian pouco conhecia. Alguns quartos do castelo ainda estavam esperando os designados chegarem, inclusive Elide e Lorcan, que até agora não haviam chegado, e as bruxas de Manon, que também não deram sinal de vinda.

[✔] Manorian - Pós Guerra Where stories live. Discover now