Espelhos embaçados

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Às vezes a verdade machuca mais do que as mentirasTemos medo de nos ferirNós nos afastamos da verdadeEu já disse que eu sou uma lâmina pesadaE, se você me quiser pode se cortar profundamente

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Às vezes a verdade machuca mais do que as mentiras
Temos medo de nos ferir
Nós nos afastamos da verdade
Eu já disse que eu sou uma lâmina pesada
E, se você me quiser pode se cortar profundamente

P.o.v
Will Solace


Seattle, base das amazonas. Repito o percurso mentalmente, imaginando quanto tempo iria demorar para chegar lá. Reyna parece focada em dirigir, os olhos negros nao se desviaram da estrada enlameada e escorregadia. A chuva ainda cai forte, e acho que agora a culpa não é da Thalia. A mesma está dormindo no banco da frente, a cabeça encostada na janela , nem os balanços e batidas que sua cabeça faz contra o vidro a fazem despertar.

Com a Latina no piloto automático, Thalia apagada e apenas dois cães no banco de trás...parece que Nico e eu estamos sozinhos. O pensamento faz minhas mãos formigarem, e as mantenho ocupada acariciando o metal de um dos cães que está no meu colo. Eles são assustadores e adoráveis. E aparentemente sem noção de tamanho e peso, está começando a pesar mais e eles são bem grandes.

Olho pro Nico, ele está encostado na janela e vira um anel de caveira no dedo. Os cabelos negros estao molhados, e refletem o brilho dos relampagos la fora. Me lembram as penas de um corvo, bonito e misterioso. Eles caem por seus olhos, me impedindo de ter uma visão perfeita dos mesmos. Ele está todo molhado, droga pode pegar um resfriado.

Puxo uma das mochilas que carregamos, está molhada e é estranho tocar no tecido.

Abro o zíper, o interior está seco e quentinho, afinal é uma das mochilas das caçadoras. Vasculho a mesma, encontrando medicamentos, um pacote de biscoito sabor limão, fitas,escova de dente azul, um sutiã..

Pera, um sutiã?

Meu rosto esquenta, fecho a mochila rápido o zíper cantando. Essa é a mochila da Thalia. A coloco no chão, entre meus pés de novo, ainda corado.

- O'Que foi? - A voz aveludada de Nico pergunta, e meu coração bate mais forte.

- Essa é a mochila da Thalia, pode me entregar a que você carregou?

Nico prontamente me entrega a que estava aos seus pés, e me observa curioso. A forma que seus cabelos estão grudados em seu rosto me lembram um poodle, cujo pelos cresceram demais e lhe tapava a visão. É adorável.

Vasculho minha mochila, tirando uma toalha amarela e felpuda. Tenho certas manias relacionadas à higiene pessoal, e sempre carrego comigo o necessário para uma boa limpeza. É mais essencial que armas. No momento, estou todo pinicando para me lavar e tirar a lama , me vestir em roupas secas e quentes.

Sangue de um imortal (Solangelo+Theyna.)Where stories live. Discover now