Que comece a festa!

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O relógio marcava seis da tarde quando os convidados começaram a chegar, o salão da mansão estava paradisíaco, não houve quem entrasse e não se encantasse com aqueles painéis prateados e brilhantes por toda a parede ou as luzes claras e diversas, implantadas em todo chão que nem os gráficos dos vídeo-games de karaoke ou playbacks. A decoração era digna de uma festa de realezas, tanto que os convidados apenas se questionavam da razão que levou Larson a orquestrar aquela esplêndida noite, algo tão inesperado e pelo que se sabe, sem razão aparente.
Balquim acabava de chegar e aquele cenário só serviu para atiçar sua camuflada inveja, quase não podia esconder seu descontentamento debaixo do sorriso esforçado.
- Balquim meu careca favorito - Larson o abraçou forte - Irmão, eu sei que nós já comemoramos muitas vezes, por uma série de motivos, mas hoje... Hoje nós brindaremos em nome da nossa aliança, não só da nossa luta, nem apenas de nosso triunfo, mas da lição que o infinito nos permitiu aprender e pregar.
- Você é louco Larson. - Balquim diz com uma voz insegura, mas um sorriso que transparecia condescendência.
- Onde está Mith? Vocês sempre a se atrasarem, é difícil vos alinhar mano.
- Não há pastores para bodes amigo. - disse Balquim com um sorriso seco e misterioso.
«É o que veremos...» pensou Larson com um sorriso amigável revestindo o rosto.
Os convidados já se deliciavam com os champanhes de marcas exclusivas, havia duas mesas recheadas só de gastronomia de ponta reinados por um leitão no centro de cada uma delas, o maestro conduzia uma música clássica que realçava o glamour e o luxo da noite.
- Larson, a quanto tempo!
- Júlios, olha como você está brilhante, que bom te ver, deixa confessar que no fundo eu não esperava que fosses ver a minha mensagem, você já não tem tempo para nada!
- Irmão, esses projectos de lei não param, estou a ficar louco de tanta diplomacia, mas fazer o quê? Dinheiro é dinheiro não é!
- Só mesmo um politico para dizer uma coisa dessas - Larson e Júlios foram colegas no colegial, Júlios é filho de um falecido deputado que o introduziu na vida politica, hoje é assistente do secretário de estado.
- Você sabe, eu sempre gostei de pôr a bola no cesto. Antes pensava que poderia conciliar meu talento com qualquer coisa que viesse a fazer no futuro, mas sabe...não há nenhum vínculo possível entre basquetebol e política.
- Vou ter que discordar contigo - interveio Balquim - Não há nada nesse mundo que não envolva política. Até para usar o banheiro existe políticas! Quanto mais uma nascente de notas como o Basquetebol?!
- Acho que tem razão, quem sabe ainda compre os Lakers. - Disse rindo.
- Não vai tão longe, enlouquecer não é tão ruim assim Júlios, você ainda pode encestar muitos papeis no cesto de lixo do seu escritório hahaha.
- Larson hein! Faz tempo que não te via de tão bom humor.
- Falando em bom humor, parece que alguém não está assim tão bem.
- E aí?
- O que foi Mith, pareces muito sério...
- Não é nada de mais Larson, é só aquele seu amigo metido a rapper que tentou me entediar lá fora com suas conversas de merda, eu não entendo como esses tipos conseguem ser tão idiotas, veio ter comigo com uma conversa sobre legalização da maconha e tantas outras besteiras, você acredita!
- Relaxa, você já conhece o Master Brain, aquele maluco já não muda... - Larson mostrava naturalidade apesar de tudo.

Entre Ricos & Pobres - Conto Estendido - de Zenildo Brocca (Em Andamento)Where stories live. Discover now