A trama

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Balquim lanchava uma porção de salada de frutas em sua cozinha na companhia de uma preocupação: como usar a festa a favor de seu plano – Tem de ser um ultimato – pensou para ele mesmo. Foi quando decidiu ligar para Mith. – Alô parceiro, como vai isso?
- Na paz irmão, estou aqui na avenida Morgan tentando encontrar um lugar para comer qualquer coisa saudável, desde manhã que não como nada em condições. E você, como está? Recebeu a mensagem do nosso camarada?
- É mesmo por essa razão que liguei, penso que essa festa pode ser a maior oportunidade que teremos para acabar com isso de uma vez por todas.
- Ei Balquim, eu acho que estamos a ir longe de mais, isso está a perder a piada, você disse que isto não era pessoal, que o objectivo era tirar ele da empresa, o que já é foda visto que ele foi o mentor de tudo, e agora nós vamos ataca-lo em sua própria casa, que merda mano! Não gosto nada disso, é para ser uma festa não!
- Pensa Mith, essa é uma boa oportunidade para conseguirmos o que sempre quisemos. E não vem com essa porque você mesmo disse noutro dia que farias o que poder para estar no topo da coreal, e agora vens com moral para cima de mim, deixa de idiotices, maricas para o pau, seja homem!
- Balquim, você está a ficar obcecado por essa merda, você já é rico, o que você quer mais?
- Poder porra! eu quero o poder dele, eu pensava que só queria o dinheiro e o estatuto, mas agora eu sinto algo mais profundo, Larson agora parece mais feliz, ele parece mais confiante, aquele seu sorriso de merda já não sai da cara, eu estou puto com essa merda, quer saber? Essa merda agora é pessoal sim.
- Mano, você enlouqueceu, você consegue se ouvir? Pareces um lunático falando de bosta, já não há nenhuma só graça em você, faz semanas que só reclamas de Larson, Lars isso Lars aquilo, você está pirado, boa sorte, eu acho que vou desistir dessa ideia.
- Não posso fazer isso sozinho mano, preciso da tua força, você sabe que sem ti eu não posso ir longe.
- Ninguém vai longe empurrando os outros, se você está empurrando alguém, isso prova que você ainda está atrás.
- Você não pode desistir Mith – Disse Balquim com uma voz mórbida e baixa – Eu posso entregar-te se eu quiser, eu não me importo com nada disso, eu posso aguentar a cela, eu venho de uma linhagem de mafiosos, isto está no meu sangue, e mais… eu não tenho mais nada a perder, mas você tem. Você tem seus pais, você tem sua vovózinha, você vai decepciona-los mano – dizia rindo como um psicopata – não aja como se tivesses escolhas.
… Puumn puuuuuuumn…
Mith desligou o telefone na cara de Balquim, e estacionou ao lado do restaurante Solloceu, ficou parado no seu corvete branco por alguns momentos, a conversa com Balquim havia lhe deixado agitado, ele mal conseguia tirar a mão do volante, parecia paralisado. – Vou para casa – pensou - foda-se a comida.
Em momentos Mith pensou em contar tudo para Larson, mas claro que seria uma tremenda burrice, afinal ele e Balquim já haviam feito tanta borrada que a falsificação do documento das receitas da empresa nem chegava perto. – Acho que não tenho alternativa a não ser ajudar o Balquim, acabar no posso é pior que dormir com duas pulgas atrás de cada orelha. – Mith acabara de se decidir – foda-se Larson, você ‘tá ferrado!

Entre Ricos & Pobres - Conto Estendido - de Zenildo Brocca (Em Andamento)Where stories live. Discover now