17. A origem do Papai Noel

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Hoje, antevéspera de Natal, venho compartilhar com vocês o que eu descobri sobre a origem do Papai Noel e como foi construída a imagem que vem à cabeça de todos nós quando se fala em Natal: o velhinho de rosto simpático, barba branca e comprida vestindo uma roupa vermelha e usando luvas e botas pesadas, mesmo no calor de rachar de dezembro no Brasil.

São muitas e muitas histórias que convergem para uma mesma origem.

Papai Noel foi inspirado no bispo Nicolau que viveu na Turquia no século IV. A história que chegou até nós é que, para salvar da ruína uma família que passava por grandes dificuldades financeiras, bispo Nicolau jogou pela chaminé da casa onde viviam um saco com moedas de ouro. No trajeto o saco estourou e as moedas caíram dentro de meias que haviam sido postas para secar na lareira – daí o costume de encher de presentes as meias penduradas, mesmo quem não tem lareira!

O bispo Nicolau foi um homem boníssimo e acabou sendo canonizado depois que muitos milagres foram atribuídos a ele. Era festejado no dia seis de dezembro, data do seu aniversário, e fazia parte dos festejos do santo a troca de presentes entre amigos e familiares. A igreja católica juntou as datas – a festa de São Nicolau e o nascimento do Menino Jesus no dia vinte e quatro de dezembro - e dessa mistura surgiu a tradição de dar presentes no Natal.

Mas só muitos anos depois, no século XIX, a figura do bom velhinho, como é conhecida hoje, começou a tomar forma. Mais precisamente, em 1823 quando Clement Moore, um escritor e estudioso de religiões antigas e pai de nove crianças, escreveu para seus filhos um conto que ficou famoso chamado "Uma visita de São Nicolau".

No conto, Moore contava a história de "um pai de família que, na véspera de Natal, estava tranquilo em sua casa onde nem mesmo um camundongo se movia. Ele ouviu um barulho no quintal e olhou pela persiana. A noite estava clara por conta da lua cheia que refletia o chão branco forrado de neve. Foi então que ele viu um trenó abarrotado de presentes puxado por oito renas, conduzido por um velhinho que andou pelo telhado e desceu pela chaminé. Após encher de presentes as meias que estavam penduradas na lareira, saiu da mesma maneira que entrou ficando com sua roupa vermelha cheio de fuligem das cinzas. E o homem soube naquele momento que era a visita de São Nicolau." Moore descreve o velhinho que tinha "cabelos e barba tão brancos quanto a neve, as bochechas cor de rosa e o nariz como uma cereja, rosto largo e uma barriga redonda e saliente que, quando ele andava, se mexia como uma tigela cheia de gelatina".

Daí vem a figura do Papai Noel, primeiro descrito no conto de Moore, e popularizado cem anos depois, em 1931 - quem diria! - num anúncio da Coca Cola. E assim segue a figura do Papai Noel que vai se modernizando e se adaptando ao calor dos trópicos, como o bom velhinho de um comercial em que aparece vestindo um calção de banho vermelho segurando uma prancha de surf.

Mas, onde quer que ele esteja, na praia ou na neve, no Brasil, na Noruega, Angola ou Tailândia, ele terá a barba branca, uma barriguinha saliente, um sorriso simpático e uma roupa vermelha que vem de um conto escrito há duzentos anos por um estudioso conhecedor da história de São Nicolau.

E para quem se pergunta o que o nome Nicolau tem a ver com Noel, eu explico: usamos o nome francês, Père Noel, cuja tradução é Pai Natal. Em inglês ele é Santa Claus, o diminutivo carinhoso de Saint Nicholas, o São Nicolau do início da nossa história!

Feliz Natal para todos nós! E bom trabalho, Papai Noel! Depois, um bom descanso, e até o ano que vem! 

Coletânea de ContosWhere stories live. Discover now