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FILIPE RET

Acendo o baseado e do uma tragada, tô da laje da minha casa.

Aqui da visão de tudo, faz apenas dois dias depois da invasão mas já estou inquieto.

Que porra! Não sirvo pra ficar de descanso sem nada pra fazer em casa.

Queria tá fazendo meus corres, mas amanhã já volto a ativa, não dá pra largar o morro de mão.

E o cabelinho e muito lerdo pra dá conta de tudo.

Observo o movimento da rua e vejo quando a morena passa.

Anna, a enfermeira que me deu ponto.

Acho que tá saindo do trabalho agora, toda de branco.

Olho pra bunda dela marcada na calça branca, não dá pra mentir a mina e uma gostosa.

Como se soubesse que eu tava olhando ela olha pra minha direção.

Ela sorri simpática pra mim e continuo sério.

Não entendo, não aceitou meu dinheiro.

Tava querendo pagar de boa moça? Ninguém rejeita dinheiro.

Anna continua andando e perco ela de vista quando entra em uma das ruas.

Escuto o barulho de passos atrás de mim e não preciso nem me virar pra saber quem é.

- Como tu tá paizão - ouço a voz do cabelinho e continuo fumando meu baseado.

- Tava na paz até agora, mas aí tu chegou - implico com ele que ri.

O maluco puxa o baseado da minha mão e da uma tragada.

- A carga chegou certinha hoje, já deixei tudo no esquema pra tu amanhã e lembra que tu não pode se esforça tanto. - ele diz.

As vezes acho que essa porra pensa que é o meu pai.

Olha que eu que sou o mais velho.

- Fica suave mano, vou fazer só o básico.

- Te conheço Ret! Tu vai arrumar ideia e vai ter que voltar lá na enfermeira. - ele diz rindo.

- Enche não caralho - digo irritado.

Cabelinho apenas fica rindo.

Ele fica perturbando o meu juízo até eu expulsar ele.

E quando o Cabelinho finalmente vai embora eu entro em casa.

Tomo um banho caprichado e deito pra dormir.

Tá mó merda dormir com o braço assim! Tem que dormir todo torto.

my nurseWhere stories live. Discover now