PRÓLOGO

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04 de setembro de 2024

04 de setembro de 2024

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Onde estou?

ZAYA LEBLANC

Desperto em uma sala quase envolta pela escuridão, meus olhos automaticamente se dirigem a uma luz fixa, onde uma cadeira repousa sob o único ponto luminoso. No meio do desespero, tento libertar-me, mas sinto algo me puxar de volta ao tentar me aproximar da luz. Minhas mãos deslizam até os pés, percorrendo o tornozelo e revelando algo gélido: correntes. Estou aprisionada. O desespero toma conta de mim, e grito naquela diminuta escuridão.

ㅡ Socorro!! ㅡ grito, em meio ao desespero

Entre lágrimas, um desespero insondável me envolve, e enquanto deixo algumas gotas salgadas cair, tento compreender como cheguei a esse ponto. Recordo-me do momento em que estava na limusine, prestes a ser conduzida ao amor da minha vida. Estava radiante, pronta para o casamento que mudaria minha vida para sempre. No entanto, tudo se desfez quando percebi a fumaça se espalhando pela limusine e um cheiro peculiar invadindo minhas narinas. Desmaiei e, ao recobrar a consciência, me vi neste lugar escuro, cercada por mistério e incerteza. O que deveria ser um dia de celebração transformou-se em um enigma sombrio que agora tento decifrar. Em meio ao desespero.

Será que fui sequestrada?

Em meio ao desespero, questiono quem teria motivos para sequestrar alguém como eu. Não possuo nada além da minha vida, e agora até isso parece estar em risco. A perspectiva de que o sequestrador ou sequestradora, ao entrar neste lugar sombrio, possa tirar minha vida torna-se avassaladora. Não há nada para oferecer, pois tudo que possuía desapareceu junto com meus pais, figuras que nunca tive a chance de conhecer.

A iminência da morte paira, mas desejo que, se esse for o meu destino, ao menos seja uma partida sem dor, rápida a ponto de não sentir nada além da paz. Abraço meus joelhos, recostando-me na cama, enquanto cantarolo uma música que parece ecoar em minha mente sempre que o medo se instala. Mesmo sem conhecer sua origem, ela se torna um refúgio momentâneo diante da incerteza e do temor que permeiam meu ser.

"O medo faz parte do processo." Quando fui apresentar um trabalho na escola, minha professora me disse essa pequena frase. Mesmo com todo o incentivo, não acreditei em nada e acabei saindo correndo da sala, continuando a sentir medo - tanto medo que não sei explicar. Escuto um barulho de algo sendo aberto. Mantendo meu olhar fixo na luz, vejo alguém se aproximar. Me apavoro ao vê-lo com uma máscara e suas mãos ensanguentadas, tão ensanguentadas que pingavam no chão. Me afasto, tentando de todo o jeito sair deste lugar, mas estava amarrada, com medo e muito frio.

Grito na tentativa de que alguém me escute, além do homem mascarado à minha frente.

ㅡ Socorro!! ㅡ gritei o mais alto que pude

Em passos lentos, o homem se aproxima de mim, intensificando meu desespero. Estou tão angustiada que, se houvesse uma faca neste lugar, eu mesma me mataria, pois lutar contra esse homem seria uma batalha fadada ao fracasso. No escuro crescente, não o vejo mais. Sinto o colchão ao meu lado afundar e, de repente, sou puxada, ficando face a face com a máscara do homem. Ele segura meu queixo, erguendo minha cabeça com mãos meladas de sangue.

ㅡ Tenho certeza de que seus gritos ficariam lindos de outro jeito. ㅡ Arregalo os olhos diante da afirmação perturbadora, e uma risada frenética ecoa no ambiente, como um eco sinistro da insanidade que permeia a cena. ㅡ Seus olhos de oceanos combinam com sua pele, agora, melada de sangue.

Suas palavras são como a morte, um mistério que só compreendemos quando ela passa diante de nossos olhos. No entanto, a minha morte me encara como se eu fosse uma mera piada. O que ele quer de mim? Se a intenção é me matar, por que prolongar esse tormento? Meus lábios tremem, assim como todo o meu corpo, envolto pelo medo que se espalha como sombras incontroláveis.

ㅡ O que você quer de mim? ㅡ finalmente crio coragem para falar. ㅡ Por favor! Deixa-me ir para casa. ㅡ implorei, entre lágrimas.

Em momento algum ele deixou de me olhar, e por trás da máscara, percebo a impiedosa frieza em seus olhos, tão azuis quanto o oceano. Cada matiz dessa tonalidade profunda parece esconder segredos sombrios. A intensidade do olhar me envolve, como se eu estivesse diante de um abismo gelado. Esses olhos, apesar de serem como o oceano, não carregam a serenidade das ondas, mas sim a ameaça silenciosa de uma tempestade prestes a desabar.

ㅡ Não tenha medo. ㅡ Ele ergue seu polegar até minhas lágrimas, enxugando-as com gentileza. ㅡ Eu sou a sua salvação em meio a tantos caos, caos esse que você ama.

Viro meu rosto, distanciando-me o máximo possível do homem que se ergue das sombras. Fecho os olhos diante da invasão da luz, mas, à medida que os abro novamente, percebo-me confinado em um quarto lúgubre. Fotos macabras minhas adornam as paredes, revelando planos sinistros cuidadosamente arquitetados ao longo de meses ou até anos. Uma sensação de desespero se insinua, penetrando minha alma. Que diabo é isto? Meus olhos se fixam na corrente em meus tornozelos, agora vermelha de tanto que puxei para tentar me libertar, um símbolo visual da prisão sombria na qual me encontro.

Caos esse que você ama...
Caos esse que você ama...
Caos esse que você ama...

De repente, essa frase não parava de ecoar na minha mente, como um refrão odioso que me deixava louca de raiva. A ira crescia de tal forma que, novamente, insisti em tirar aquela corrente dos meus tornozelos, debatendo-me e gritando na cama. Sinto mãos me segurando com firmeza, como se quisessem me impedir de me machucar. Grito sem fôlego, implorando para que ele me deixasse ir. Ir para minha casa, para o meu casamento, para a vida que sempre sonhei para mim. O desespero se mistura com a fúria, criando uma sinfonia caótica de emoções que ecoam no quarto sombrio.

ㅡ Por favor! ㅡ falei por uma última vez

Não consigo continuar gritando nem mesmo pedir ajuda, e o homem me solta enquanto observa minha expressão desconcertada na cama. Vejo-o deslocar-se até a jarra, encher um copo de água e caminhar de volta, reassumindo seu lugar ao meu lado. Ele segura meu rosto com suavidade, erguendo-o cuidadosamente, e coloca o copo em meus lábios, instruindo-me a beber toda a água.

ㅡ Não quero você desidratada. ㅡ diz ele, enquanto bebo a água. No entanto, logo a cuspo em sua máscara. ㅡ Vamos fazer do jeito difícil, já que insiste tanto.

O homem se ergue, dirigindo-se à porta do quarto, apagando a luz e mergulhando tudo na escuridão novamente. Tento gritar, mas minha voz falha miseravelmente. O som da porta se fechando preenche o vácuo, e eu me vejo imersa em silêncio enquanto a escuridão se apossa mais uma vez. Fecho os olhos na esperança de encontrar refúgio no sono, mas horas se arrastam sem sucesso. Mesmo exausta mental e fisicamente, não consigo descansar, pois a constante apreensão de que ele pode entrar a qualquer momento paira sobre mim. É por isso que mantenho os olhos abertos, recusando-me a fechá-los enquanto estiver presa neste maldito quarto.

Permanecerei acordada...

Estava para publicar isso desde setembro, mas decidi fazer isso agr e sim a EiJones... Está com surtos porq tá postando fanfics uma atrás da outra. Espero que gostem 😍

𝐀𝐏𝐀𝐈𝐗𝐎𝐍𝐀𝐃𝐀 𝐏𝐎𝐑 𝐔𝐌 𝐍𝐈𝐍𝐅𝐎𝐌𝐀𝐍𝐈́𝐀𝐂𝐎Onde as histórias ganham vida. Descobre agora