Capítulo 08| Sob pressão

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Refeição de cada dia

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Refeição de cada dia.

ZAYA LEBLANC

Estamos no dia 17 de novembro de 2024, e estou morando nesta casa há exatamente 2 meses e 5 dias. Surpreendentemente, ninguém veio me procurar ou demonstrar preocupação comigo durante todo esse tempo. Começo a questionar se a única pessoa que parece se importar comigo está aqui, nessa cozinha, usando uma máscara de caveira e fazendo declarações inesperadas sobre amor e destruição. Ele sugere que devemos nos apaixonar um pelo outro para desencadear uma revolução, tornando-nos os anti-heróis das nossas próprias histórias.

Enquanto compartilhamos uma refeição, percebo o quanto as coisas mudaram desde que Ryan me entregou a ele e me traiu mais uma vez. Surpreendentemente, descubro que Aaron não é tão cruel como eu imaginava. Em meio à dor da traição, ele mostrou compaixão e cuidou de mim, revelando um lado vulnerável meu que nunca expus a ninguém antes. Ao saborear a comida preparada por ele, não posso negar que é deliciosa, e nos últimos meses, ele tem sido gentil comigo. Essa situação me deixa em um turbilhão de emoções e pensamentos conflitantes. Estou tentando entender meus sentimentos e o que isso significa para mim.

ㅡ A sopa está gostosa ㅡ Digo, mexendo timidamente a colher na tigela enquanto observo o vapor subir. Tentar puxar assunto parece a única maneira de suavizar o clima tenso que paira entre nós.

Afinal, se ele me quer presa por mais tempo, precisamos encontrar alguma forma de conviver pacificamente.

ㅡ Preparei especialmente para você ㅡ Ele diz, com os olhos fixos em mim. Sinto um arrepio percorrer minha espinha quando ele se inclina um pouco mais na minha direção. ㅡ Experimente a carne, está fresca ㅡ Acrescenta, enquanto empurra o prato em minha direção.

Mastigo a carne com cautela, sentindo uma textura estranha que me faz franzir a testa. Ignoro momentaneamente o sabor incomum, tentando não demonstrar meu desconforto. Volto meu olhar para Aaron, que me observa por cima da máscara, seus olhos perscrutando cada expressão minha com interesse indisfarçável. Me sinto desconcertada pela intensidade do seu olhar, e uma sensação de inquietação começa a se instalar em mim. Será que há algo mais por trás desse gesto aparentemente gentil de preparar uma refeição para mim?

ㅡ A carne está deliciosa ㅡ Minto, forçando um sorriso enquanto pego mais um pedaço e coloco na minha boca, tentando disfarçar meu desconforto.

ㅡ Que bom que gostou ㅡ Ele diz com um tom tranquilo, mas seus olhos ainda brilham com uma intensidade estranha. ㅡ Pensei que iria odiar a carne humana.

Ao escutar suas palavras, sinto um nó se formar em minha garganta, e em um instante de puro horror, meu estômago se revira e eu vomito tudo o que comi, expulsando qualquer vestígio da carne de dentro de mim. Esse homem é louco! Ele só pode ser louco! Como alguém poderia comer carne humana? Quando termino de vomitar, passo alguns segundos encarando meu próprio vômito no chão, a repulsa tomando conta de mim. Se esse louco me fez comer carne humana todo esse tempo que estive aqui, juro que vou matá-lo. Meus olhos se fixam nele, que sorri de maneira melancólica e perversa. Cada risada dele só alimenta minha raiva crescente. Sem pensar duas vezes, levanto-me da cadeira e me aproximo dele, agarrando a faca que ele usava para cortar a carne em seu prato. Em um movimento rápido e determinado, sento-me em seu colo e cravo a lâmina afiada em seu pescoço, sentindo um misto de adrenalina e vingança pulsar em minhas veias.

𝐀𝐏𝐀𝐈𝐗𝐎𝐍𝐀𝐃𝐀 𝐏𝐎𝐑 𝐔𝐌 𝐍𝐈𝐍𝐅𝐎𝐌𝐀𝐍𝐈́𝐀𝐂𝐎Onde as histórias ganham vida. Descobre agora