CAPÍTULO 7

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O infinito. uma palavra curta para descrever algo colossalmente vasto, literalmente sem fim. O conceito dessa palavra, pode gerar desconforto e conflitos para pessoas com mentes fracas que costumam fazer caminhadas reflexivas na praia.

Amado pelos professores de matemática, o infinito é verdadeiramente incompreensível, ultrapassando qualquer coisa que a mente possa imaginar. Ele escapa das amarras do mundo material, pois ninguém jamais poderá possuir um número infinito de coisas, e ninguém jamais conseguirá contar até o fim dos números, já que eles são infindáveis. No entanto, Heinrich Kosmann é a pessoa que se aproxima dessa grandiosidade infinita, cuja genialidade lhe concede acesso a um infinito acessível. Por meio de sua mente excepcional, ele desbrava um universo sem limites, onde inúmeros caminhos se entrelaçam incessantemente, ramificando-se a cada momento, uma vez que as possibilidades de eventos são vastas e variadas.

Apesar das incertezas sobre a forma do espaço-tempo, a "rede" que constitui nosso cosmos muito provavelmente é plana, assim como uma generosa caixa de pizza. No entanto, vale ressaltar que essa planicidade não implica em um achatamento literal, mas sim na ausência de curvaturas significativas. É como se o universo fosse uma imensa tábua cósmica, estendendo-se em todas as direções sem dobras ou torções extravagantes. Além disso, o cosmos se estende infinitamente, como uma jornada sem fim pelos confins do espaço. Contudo, essa infinitude pode trazer consigo um enigma. Se o universo é verdadeiramente infinito, é concebível que em algum ponto ele comece a se repetir, como uma partitura musical que retorna ao seu início.

Nesse panorama, somos convidados a contemplar a grandiosidade das possibilidades. Se o universo se estende indefinidamente, então também se estende o potencial para inúmeras variações, combinações e eventos. Pois se o universo é infinito, as possibilidades são infinitas!

Vasto vazio dimensional...

Em um lugar além dos limites da realidade convencional e longe de qualquer banheiro, se via Greice desbravando a paisagem infinita. Nesse cenário de tonalidades mágicas, repleto de tons púrpuras e brilhos longínquos, ela se destaca em sua impressionante velocidade. Greice, o trem bala interdimensional, que foi roubado e modificado por Heinrich Kosmann, avança em uma linha reta, enquanto desafiava as fronteiras do espaço-tempo. Greice parece flutuar em uma calma imensidão. Sua velocidade é tão intensa que a sensação de movimento se perde, e apenas os raios de luz que passam por seu reflexo testemunham sua jornada incessante. Além disso, partículas misteriosas, semelhantes à poeira estelar, desviam-se sutilmente ao se aproximarem de sua proa, como se fossem atravessadas.

Dentro daquela magnífica e deslumbrante máquina, cada um dos três vagões era uma verdadeira obra-prima, com seus espaços internos expandidos e ampliados pelo incrível Dilatador Euclidiano de Kosmann. Essa engenhosa invenção proporcionava uma experiência única, tornando o interior dos vagões muito maior.

No primeiro vagão, encontrava-se a cabine de controle, onde Sophie comandava a navegação, e a elegante sala principal, com sua atmosfera retro e indistinta. Nesse ambiente acolhedor, Anne e Kevin desfrutavam de momentos de entretenimento diante da televisão, envolvidos por uma aura de sofisticação.

No segundo vagão, um corredor se estendia, apresentando quatro portas de cada lado. À esquerda, encontravam-se os quartos privativos de cada indivíduo, oferecendo um refúgio pessoal. Já as quatro portas do lado direito levavam a espaços funcionais, como uma cozinha simples, a oficina/laboratório de Kosmann, onde suas invenções ganhavam vida, o quarto de tralhas, que abrigava objetos curiosos e misteriosos, e, por fim, a oitava porta guardava um enigma: "A sala hipotética", reservada exclusivamente apenas para Kosmann adentrar.

Porém, o terceiro e último vagão era o verdadeiro destaque: o majestoso e icônico banheiro. Para Kosmann, essa era a parte mais sagrada e importante de qualquer local. Ele considerava o banheiro como um santuário de privacidade, um lugar onde podemos desfrutar de momentos de tranquilidade e reflexão, não era apenas um lugar de necessidades fisiológicas, mas um portal para a criatividade infinita. Seu amor pelos banheiros transcendia qualquer sentimento, pois ali, no santuário de cerâmica, ele encontrava a verdadeira comunhão com seu eu interior e com o mundo ao seu redor. Curiosamente, foi em um banheiro que Heinrich Kosmann teve a maioria de suas inspirações e ideias para suas invenções extraordinárias. Assim, o banheiro se tornou sua verdadeira fonte de criatividade. Para Kosmann, o banheiro é tão significativo que, se ele tivesse uma religião, certamente seria um devoto da Banheirologia

Expresso do InfinitoWhere stories live. Discover now