capítulo 70

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Luanne Araújo 📖

Vocês podem me julgar, me chamar de dramática ou até de emocionada. Mas uma coisa que eu não gosto é que escondam coisas de mim. Tudo bem, sei que isso é algo particular da vida dele. Mas de algum modo, eu me senti um nada. Poxa, eu me abri com ele... A gente não se conhece apenas um dia, dia três meses convivendo juntos e tendo algo.

Ele me disse coisas bonitas, e que iria me contar toda história do seu passado. Aí eu vou na rua, revejo uma menina que só vi uma vez na minha vida e ela literalmente consegue me deixar perdida.

Sim, ela me contou tudo! Toda a história entre os dois, o bebê que eles estavam esperando. O que o pai dele tinha feito, como ela perdeu... Ela me contou tudo do ponto de vista dela sobre o pai do Siqueira. Literalmente tudo!

Mas pô, eu ainda fico meia assim. Tipo, será que ela realmente falou a verdade em tudo que disse. Será que eu não me apressei demais, deveria ter ficado e escutado o Siqueira.

Eu não sei!

Ele perdeu um filho... A vida toda dele foi injustiçada! Foi uma merda! E ele não mereceu nada daquilo. Eu me sinto uma merda agora, por não ter escutado ele.

Mas por outro lado, eu estou bastante chateada é puta com ele. Faz uma semana, uma semana que não tenho notícias do Siqueira. Depois que vim embora, ele tentou falar comigo. Veio na minha casa, a gente tentou conversar, mas eu ainda estava me remoendo pela fala dele. Ainda estou na verdade. A gente brigou, ele vazou e eu não faço ideia de onde ele esteja agora.

Pelo o que eu entendi, Siqueira saiu para fazer uma missão com alguns caras. Guto foi junto, mas logo voltou, já ele não. Ficou, já que tem polícias atrás deles e não tem como voltar por morro por agora.

Camila: Jaqueline está se perguntando se vamos fazer algo interessante hoje. Por isso... Vamos banhar de piscina e tomar bastante sol.

Luanne: Anão, Camila... Pelo amor de Deus! Não quero sair, quero ficar em casa... Estou morrendo de cansaço.

Camila: Ah não, amiga! Sério isso, Luanne?!

Luanne: Sério! Passei a semana inteira trabalhando, sem parar! Mel só me deu trabalho, e agora que ela decidiu ficar na paz, eu vou aproveitar!

Camila: Tá, tá, tá! Eu vou pra casa da Jaqueline, mas qualquer coisa me ligar. - Concordei e ela foi se arrumar.

(...)

Eu dormi no sofá, óbvio que dormir. Acordei meia mole, sabe? Sei lá, sentindo um bagulho ruim no peito. Me levantei indo até a cozinha atrás de água.

Logo escutei meu celular tocar, fui atrás dele e quando achei, atendi a ligação.

Luanne: Alô...

- Luanne?!

Luanne: Quem é?

- Ratinho, pô. Tô batendo no portão e nada de tu abrir.

Luanne: Ah, foi mal! Tava dormindo, pera aí... Ainda está aqui?

- Tô, abre aqui.

Luanne: Ok.

Joguei o celular no sofá e saí da casa indo até o portão e abrindo.

Luanne: Opa...

Ratinho: Iai. - ele coçou a nuca. - Então... Mano Guto mandou eu vim aqui e... Merda!

Luanne: Tá tudo bem?

Ratinho: Na real?! Não! Guto falou pra eu não contar nada até tu chegar lá, mas porra! Da não... Se liga, Luanne! Mano Siqueira levou um tiro!

Arregalei os olhos e senti uma dor forte.

Luanne: Do que tu ta falando, Ratinho?!

Ratinho: Ele tá malzão lá na casa do Guto! Vim aqui te buscar, o cara não para de te chamar. Só disse que vai deixar dormirem ele se tu tiver do lado. Ajuda nós nessa!

Luanne: Mas que merda! - Comecei a me desesperar entrando dentro de casa. - Me ajuda, Ratinho! Pega a Mel! Anda!

Foi o que ele fez. Pegou a minha filha e eu peguei meu celular. Logo procurei minha sandália e saí trancando tudo. Entrei dentro do carro com a Mel no colo. Rato acelerou o carro e eu comecei a orar baixinho pedido para que nada acontecesse de ruim com o Siqueira. Quando o carro parou na frente da casa do Guto. Desci igual louca com a Mel. Entrei de uma vez e vi um monte de gente na sala.

Guto: Luanne!

Luanne: Cadê ele?! Cadê ele?! - Sentir alguém pegar a Mel dos meus braços.

Guto: Tá no quarto. - Sair passando por ele indo até o corredor. Ao entrar no quarto, vi ele todo ensanguentado na cama com algumas pessoas ao redor. Os médicos...

Luanne: Siqueira! - Parei do lado dele que abriu os olhos me olhando.

Siqueira: Lua...

Luanne: O que aconteceu?! Pelo amor de Deus! Você ainda está perdendo sangue! Porque não fizeram nada!

- Ele não deixa! Disse que se triscamos nele antes da senhora chegar iros matar todos nós.

Olhei para sua mão e vi a arma.

Luanne Amor... Eu já estou aqui... Por favor, soltar essa arma... Eu não vou sair daqui!

Siqueira: P-promete... - Ele começou a tossir e eu concordei tirando a arma de sua mão. Afastei da cama e deixei com que aquele tanto de pessoa fizesse o que tinha que fazer.

Guto: Vem...

Minhas Memórias Where stories live. Discover now