capítulo 72

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Leonardo Siqueira 💪🏽

Eu jurando que dessa aqui eu não passava, papo reto. Os caras acharam a casa que nós tava escondido, chegaram no sapatinho e foi atirando em todo neguinho que via pela frente.

Quando dei fé, o cara já tava na minha frente com a pistola apontada na minha cabeça, pô. Só senti o tiro no peito e a visão do Guto que tinha empurrado ele.

Só sei que a Luanne veio em mente, e parceiro, já fiquei nervosão. Pô, podia morre não! Minha mulher, porra! Desmaiei várias vezes, e quando acordada era chamando ela.

Podia até morrer, mas antes tinha que contar tudo que eu não contei. Magina, morre com a Luanne puta comigo, pode uma coisa dessa não!

Siqueira: Merda... - Me arrastei pela cama para sentar.

Alicia: Olha só... O bonitão acordou. - Olhei para cara com a pior cara. - Me olha assim não! Deveria te deixando você morre, seu merda! Deu um de louco agora?! Fica apontando arma na cara da minha equipe?!

Resmuguei de dor quando ela pressionou meu curativo.

Siqueira: Tá maluca?! - Ela riu e se afastou. - Só fiz isso porque vocês tavam pra gente demais!

Alicia: Tu tava morrendo, porra!

Siqueira: Foda... - Ela esticou um copo de água e eu tomei de uma vez sentindo tudo por dentro doer. - Tinha esquecido o quão ruim depois de acordar...

Alicia: Não sabia que estava se envolvendo com outra pessoa.

Siqueira: E vai sabe pra quer?! - Ela revirou os olhos.

Alicia: Ué, não posso mais?

Siqueira: Tu tem é que cuida da própria vida,  pô. Deixa que a minha eu tomo conta. Agora faz teu serviço e chama a Luanne.

Alicia: Não sou paga pra isso...

Siqueira: Vai brincando com a cara de vagabundo mermo, Alicia... Depois que acorda com a boca cheia de formiga, não reclama! - Falei sério já em estressando.

Alicia: Antes vou precisar fazer alguns procedimentos em você, pra ver se tu tá bem.

Siqueira: Eu tô bem, porra!

Alicia: Siqueira, fica na sua que eu vou fazer meu trabalho, é pra isso que sou pagar!

Fechei a cara bonito. Garota saiu pegando em mim, fazendo sei o que, tacando uma luz no meus olhos, fez eu tomar três remédios. Abriu o curativo, arrumou e ficou nessa até eu me irrita de vez. Ela saiu puta indo atrás da Luanne e eu me sentei de uma vez na cama.

Siqueira: Dor infernal... - Segundos depois eu a vi. Toda preocupada passou pela porta, e quando me viu, sorriu. Luanne veio na minha direção e eu sorri de lado.

Luanne: Que bom que acordou! Como se sente?!

Siqueira: Tô bem, pô.

Luanne: Você me assuntou... Muito mesmo! - Olhei para a Alicia que mexia em sei lá o que.

Siqueira: Ae! - A garota me olhou. - Vaza!

Ela fechou a cara e mandou dedo saindo.

Luanne: Não precisa se tão frio com a garota, Siqueira!

Siqueira: Já fiquei com ela. - Luanne ergueu a sobrancelha.

Luanne: Como?!

Siqueira: Você disse que se entregou por inteira, certo? Que achou que não estava fazendo o mesmo, e tu tem razão. Escondi várias paradas da minha vida pá tu, e não tava disposto a dizer nada. Mas não por mal, sacas? E sim por medo do que você poderia achar de mim. Mas agora, estou disposto a dizer tudo. Conta tudo... E vamos começar pelo o fato da Alicia. Eu já fiquei com ela...

Luanne: Ok... Estou escutando.

Concordei.

Eu me envolvi com a Alicia depois que eu vazei da Rocinha, depôs dos acontecimentos tudo. Garota foi minha distração por dois anos, e logo voltei por causa das paradas pra resolver.

Contei tudo pra Luanne, sem deixar nada de fora. Tudo mermo pô, quando matei pela primeira, como eu entrei no crime e minha mente perturbada. Meu relacionamento com meus pais dês da minha infância, até adolescência. Da clara, das drogas, do Sandro sempre me fortalecendo com a mãe dele. E da minha pior memória... A perca da minha filha. Quando meu pai conseguir arruinar minha vida em menos de segundos.

Luanne: Eu sinto muito por tudo mesmo, Siqueira... Sei que tudo que você passou não foi fácil. Mas, por favor... Nunca mais! Nunca mais... Faz isso de novo! Não mente pra mim, por favor!

Estiquei minha mão até ela que pegou de aproximando.

Siqueira: Eu te amo... - Ela sorriu e se inclinou beijando minha boca.

Minhas Memórias Where stories live. Discover now