"Nada pode dar errado, certo?!"

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E lá estava a euforia tomando conta de todo o coração de Camila novamente

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E lá estava a euforia tomando conta de todo o coração de Camila novamente.

Era automático e ela não conseguia evitar. Finalmente estava tomando a decisão certa e correndo atrás de seu objetivo. Seu coração disparado era a prova viva do quanto estava nervosa, ansiosa e extremamente radiante diante da necessidade de estar noiva, e vir imaginando qual será a reação de Matthew desde do momento que colocou os pés no avião. Fora extremamente difícil conseguir uma passagem para Dublin naquela altura do campeonato, mas usou de todos os seus métodos controladores para conseguir uma vaga, e talvez fosse pura sorte que uma pessoa aparentemente desanimada para viajar tivesse cancelado o vôo, dando espaço para que ela embargasse ao lado de um velhinho que a primeira vista presumiu ser tão simpático quanto ela.

— Está viajando a trabalho? — Interpelou o senhor, que mesmo mantendo a atenção em um livro, desviou seu olhar por um segundo para a jovem.

Camila, ainda eufórica, sentiu vontade de expelir que estava indo rumo a sua felicidade, e que extasiada com sua última decisão, iria encontrar o amor da sua vida e declarar-se para ele, dizendo o quanto era grata por todos esses anos juntos, e que seu precioso futuro deveria ser construído ao lado dele, junto as lembranças boas que carregavam e a extrema necessidade de estar construindo uma vida a dois, porque amar é estar perto o suficiente de alguém e entrelaçar-se a todas as suas metas.

— Não, estou indo pedir meu namorado em casamento. — Ela murmurou, engolindo todo o resto que queria dizer. O senhor assentiu e voltou a ler seu livro murmurando apenas um boa sorte.

Ela respirou em frustração, querendo ter alguém para quem pedir conselhos e dizer-lhe o quanto sua decisão era idiota, mas apenas balançou a cabeça e voltou a retocar o brilho labial pela enésima vez, sem ter nada com o que se distrair. Logo começou a puxar os pelinhos do casaquinho branco que usava e pensar no quanto tudo isso era uma loucura. Sua mente começou a clarear depois do breve jantar decepcionante, e ela estava percebendo que talvez tivesse se deixado levar pela conversa absurda que tivera com o pai, e agora tudo parecia patético. Ela pensou em descer em Dublin e pegar um vôo de volta para Boston mas seu orgulho a fez apagar essa ideia rapidamente, ela não era covarde, pelo contrário, poderia ser tão corajosa quanto a vovó Jenny, e nada iria fazê-la desistir, ela já estava ali mesmo, o que poderia dar errado? Matthew não aceitar? Sem chance. E bem, se era essa a única coisa que podia dar errado, e ela tinha plena certeza de que não daria, então seu plano estava perfeito e nunca que iria desistir de um plano que tinha tudo para dar certo!

Foi então que um chiado ecoou pelo avião antes da voz permear pelos seus ouvidos.

Senhoras e senhores, aqui é o capitão falando, parece que vamos enfrentar uma leve turbulência devido uma tempestade que está se aproximando. Aguardem em seus lugares e apertem os cintos.— A voz grave ecoou pelo aparelho antes de ser interceptada pelo desespero de todos ali presentes. As aeromoças tentavam conter a agitação, mas isso parecia tão impossível quanto descobrir se Capitu traiu Bentinho.

Ano BissextoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora